sábado, dezembro 12, 2009

Tirando o pó às cassetes

Hoje decidi abrir uma gaveta em casa dos meus pais há muito fechada; dentro dela encontrei, por debaixo de uns quantos papéis sem interesse aparente, um espólio que conservo por nada mais que puro sentimentalismo: as minhas cassetes de áudio. "Naquele tempo", as cassetes chegavam e sobravam, e os CD eram muito caros. De entre todas, seleccionei uma das minhas preferidas, uma BASF Super Chrome II de 90 minutos; num dos lados, está gravado isto, uma das minhas canções daquela que para mim é a banda emblemática dos anos 90. Pode não ser a minha favorita, mas álbuns como "Automatic For the People" ou "Monster" são do melhor que se fez naquele tempo. E de todas as faixas dessa banda, esta é para mim a melhor; tão simples musicalmente, e tão poderosa ao mesmo tempo.

R.E.M., "Drive".



Hey kids, rock and roll
Nobody tells you where to go, baby

"É por isto que os nossos meninos andam aí nas drogas"

Lisboa, Teatro Municipal de S. Luiz.

"O que se leva desta vida" é a peça que se encontra em exibição desde há algum tempo. À partida, não parece ser o estilo de teatro que mais me atraia: uma peça sobre cozinheiros...
Seja como for, várias circunstâncias levaram-me a ir ver esta obra, cujos principais protagonistas, Gonçalo Waddington e Tiago Rodrigues, representam o papel de dois reputados "chefs", enquanto um suposto repórter filma a acção dos dois mestres na cozinha e dos seus "ajudantes", que são na verdade quem efectua o trabalho.

A inovação da peça encontra-se no facto de durante a peça os pratos serem de facto cozinhados, o que não deixa de ser interessante (mas se calhar, e para ser objectivo, é mesmo o único ponto interessante desta peça).

Outro facto de salientar é o facto do extensivo uso do vernáculo durante a peça. E quando digo extensivo, digo que nunca ouvi tantos palavrões na minha vida em tão curto espaço de tempo. E é aqui que a porca torce o rabo....

Alguma alma inteligente teve a brilhante ideia de convidar para ver esta peça um grupo de idosos do Inatel. Sim, em vez de os mandarem para um "espectáculo bonito" como o do La Féria ou uma "Revista", não, arranjam-lhes bilhetes para uma obra destas. O resultado é simples: a peça interrompida a meio, os artistas vaiados, e um conjunto de opiniões que podemos ver em seguida.



"E é precisamente por isto que os nossos meninos, a nossa mocidade, os nossos meninos, andam aí nas drogas, precisamente porque aquilo que lhes ensinam é isto, em vez de lhes ensinarem o A e o B" ou "Isto está pior que no tempo do Salazar".

Eu fui ver a peça, assumo-o. Agora, ninguém precisa de saber que graças a esta peça fiz a minha iniciação às drogas duras nessa mesma noite. Claro.

domingo, novembro 15, 2009

As faces ocultas da Lei

Mais uma semana, mais uma polémica... é interessante como em cada semana a montanha acaba quase sempre por parir mais um rato. E utilizo esta expressão porque por normas todas as buscas, investigações, prisões preventivas e afins resultam em... nada. Se por ventura houver o atrevimento de um determinado processo passar da fase de instrução, o mais certo é acabar por se perder numa teia de recursos... prescrevendo por fim.

E desta vez, para não variar, o caso "Face Oculta" volta a mostrar de que é feita a lei portuguesa (não vou dizer de quê, mas não me parece que seja de material sólido e agradável). A crónica de Alberto Gonçalves no DN, "Estado de coma", salienta bem o que eu penso sobre o assunto, que se resume à seguinte parte, e cito o cronista:

«Por regra, cada "caso" murcha graças à soberana, assaz soberana, necessidade de se defender uma coisa chamada "Estado de direito", o qual, curiosamente, vai desaparecendo em proporção directa ao zelo com que é defendido. O "Estado de direito", conceito em teoria louvável, vem sendo adaptado na prática às conveniências dos que mandam nele, ou seja, na prática a impressão é a de que a manha e a trapaça se apossaram de tudo, ou de quase tudo, o que não é o mesmo mas, em matéria de falência do regime, é igual.»

Ficamos a aguardar mais detalhes. Porque das duas uma, ou a lei portuguesa é demasiado difícil de ser posta em prática, esbarrando sempre em pequenos detalhes, ou então os agentes da lei são demasiado incompetentes para a executarem. Seja lá o que for, está na altura de olhar para o problema em causa, e não para os diversos incidentes que resultam de toda a situação.

sábado, novembro 14, 2009

sábado, outubro 31, 2009

Blitz - 25 anos

Imaginário... eis uma palavra que estava tão na berra há uns atrás (não sei porquê, associo sempre a palavra àqueles programas de rádio da madrugada, com chamadas telefónicas de solitários a quebrar a monotonia de músicas calmas, estilo Oceano..... Pacífico.

Permitam-me no entanto ser demodé, e e referir algo que estará sempre no meu... imaginário e me acompanhou semanalmente durante os meus anos da universidade.
O Blitz foi-me apresentado por alguém ;-) no meu 12º ano, e após algumas compras ocasionais, passou a ser comprado religiosamente todas as terças-feiras. O formato era interessante, e assim de repente, lembro-me da apreciação dos álbuns de música electrónica do Vítor Belanciano, dos álbuns de metal do António Freitas, este sempre manso com as críticas, ao contrário de outros escribas pseudo-elitistas, e claro, last but not least, os grandes Rita Carmo (que fotos, Rita!) e Monsieur Sardin, uma fonte de inspiração para grandes autores como o Pipi alguns anos depois! ;-)

...Ah! E a D. Rosa! No tempo em que a internet não tinha a informação que tem hoje, a D. Rosa respondia aos pedidos de discografia das mais variadas banda, ou indicava qual o número do Blitz em que tal resposta tinha sido publicada (o que ainda devia ser uma fonte de lucros interessante para o jornal, o pedido de números atrasados!). Como dava gosto ver a provecta D. Rosa a malhar sem piedade nos seus clientes quando estes assassinavam a língua portuguesa. Quem sabe se não foi ela que foi a fonte de inspiração de um certo e determinado blogue? ;-)

...e claro, o "muro de lamentações" (e insultos) que eram o "Pregões & Declarações", onde os diversos intervenientes enviavam os seus "mimos" via postal dos CTT... naquilo que era uma proto-rede social? Claro que as coisas por vezes aqueciam um pouco, levando a frases de níveis mais rasteirinhos como "Fulano X: se a vaselina fizesse crescer os pêlos do cu, tu já tinhas tranças". Ah, vox populi....

Depois o Blitz.....bem, não sei bem o que lhe aconteceu, nem me recordo da altura em que deixei de comprar. Recordo-me de ter visto o Blitz como revista passado uns tempos e ter pensado: "WTF?"... e nunca mais comprei...

...até ontem!

Cá está ele! Até brilha, principalmente se levar uma flashada de um telemóvel ;-)

Li apenas meia dúzia de páginas ainda, mas o conteúdo desiludiu-me, apesar do grafismo (apenas) mediano. Será que estou velho? Não sei, mas para mim a recordação do Blitz será sempre em jornal, a sair às terças!



sábado, setembro 19, 2009

Faith Divides Us - Death Unites Us

Setembro promete ser um mês deveras profícuo no que diz respeito a lançamentos musicais. Depois do mui aguardado "The Incident", do Porcupine Tree, mais uma brilhante obra a sair de terras da Grã-Bretanha.

"Faith Divides Us - Death Unites Us" é o título do mais recente trabalho dos Paradise Lost, que depois de um excelente "In Requiem", conseguem atingir, ou quem sabe mesmo, ultrapassar as expectativas.

No site do myspace da banda está o álbum todo para ser ouvido em streaming. Já ouvi, as impressões não poderiam ser melhores. Não fosse o álbum do Sr. Steven Wilson, e este seria o álbum do ano.

Vídeo muito interessante, mesmo. Gostei. Setembro é sem dúvida um óptimo mês a nível musical, depois de um ano que não primou pela quantidade a nível concertos.



Vanquish the pain don't want to see it fail
Faith divides us death unites us

What's been running in my head - Part XI

Hoje acordei com isto na cabeça...

Um clássico. Ah, grande Ozzy, no tempo em que não parecia um avozinho caquético!



O som não é nada de mais, mas temos que entender a época que foi gravado. Isto sim, é um clássico!

terça-feira, setembro 08, 2009

Sou eu...

Sou um evadido

Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.

Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?

Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte,
Oxalá que ela
Nunca me encontre.

Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.

Fernando Pessoa

Obrigado, T.

terça-feira, setembro 01, 2009

Time flies

Está quase... mais 11 dias... e se o tempo voa, não custa nada esperar, certo? :-)

Já fiz a pré-encomenda do vinilo de edição limitada... porque estes senhores merecem!

Porcupine Tree "Time Flies"


Curioso como o clipe se adequa a esta fase da minha vida... Quanto à música em si... razoável... mas as primeiras impressões também não são as melhores em Porcupine Tree, de um modo geral... seja como for, as expectativas são elevadas!

sábado, agosto 08, 2009

RIP Raúl Solnado



Muito bom!
Deixa saudades... RIP.

O meu Ecoponto

Estou em crer que os (poucos) leitores deste blogue são cidadãos informados e amigos do meio ambiente, sendo por isso também adeptos da reciclagem.

Mas sabiam que podem contribuir para que o Ecoponto que mais utilizam esteja mais limpo e bem mantido, assim como avaliar a qualidade deste?

Para tal, basta apenas ir até http://www.omeuecoponto.pt , registarmo-nos e já está. Podemos preencher um questionário acerca da qualidade do "nosso" Ecoponto, para além de ficarmos mais informados acerca do que podemos e não podemos reciclar, assim como qual o compartimento mais adequado a cada um dos componentes a reciclar.

Simples e interessante.

Sugiro também um pulinho até http://www.reciclaredarereceber.com/ onde podem ver alguns dos vídeos, e se tiverem facebook, ficarem amigos de "Reciclagem é dar e receber".



Boa reciclagem!

What's been running in my head - Part X

A música que ouço é mesmo assim... há bandas que ouço basicamente todas as semanas (e essas compõem o meu top do Last.fm), e outras às quais volto aqui e além...

...e desta vez voltei aos suíços The Young Gods (com o "The" no início, não esquecer!). Estes senhores já tinham sido referenciados duas vezes neste blogue, uma em 2005 e outra no início deste ano.

E eis uma música simples, bonita e boa para acordar num fim de semana de merecido descanso. A vida não tem sido fácil, as postas vão escasseando, por vários motivos. Mas hoje acordei com estas Flores de Pele.

one for the skinflowers
skinflowers
i said skinflowers
flowers


quarta-feira, julho 22, 2009

Poema lunar

Sim, faz mais de 1 mês desde que escrevi neste blogue pela última vez. A vida não tem andado fácil. Queria no entanto partilhar convosco um poema que espero que vos convide a abrir os olhos também...

Primeiro levaram os comunistas,
mas eu não me importei
porque não era nada comigo.

Em seguida levaram alguns operários,
mas a mim não me afectou
porque não sou operário.

Depois prenderam os sindicalistas,
mas eu não me incomodei
porque nunca fui sindicalista.

Logo a seguir chegou a vez
de alguns padres, mas como
não sou religioso, também não liguei.

Agora levaram-me a mim
e quando percebi,
já era tarde.

Bertolt Brecht

domingo, junho 21, 2009

Metal News - Porcupine Tree Reveals New Album Details ( Metal Underground . com )

Ora digam lá se isto não são grandes notí­cias! :-)

Cá o espero!!!



Porcupine Tree Reveals New Album Details

....e com uma música de.... 55 minutos... ok, os senhores passaram-se. Como é que esta gente espera tocar na rádio? :-D

"Devem ter a mania!"

E agora é só aguardar até Setembro!

domingo, junho 14, 2009

Eleições

Passa-se uma semana sobre as eleições europeias.
Não vou comentar os resultados, mas gostaria de me debruçar sobre o tradicional problema da abstenção... e para além disso!

Não me vou gabar de nunca ter falhado uma votação; segundo os meus cálculos, falhei pelo menos três actos eleitorais, duas vezes por incompatibilidade de calendário, e outra por afazeres profissionais (na África do Sul não me deixaram votar nas últimas legislativas...).

Encontrei no entanto uma posta fantástica da Jonas Nuts que me tira as palavras da boca. Votar sempre. Mas votar em quem? A resposta de muitos foi um voto... em branco. E isso assusta, principalmente se tivermos em conta a quantidade destes votos.

Deixo aqui a minha homenagem àqueles que foram votar de propósito e optaram por votar em branco. Porque se deram ao trabalho de exercer o seu dever cívico, mesmo não escolhendo nenhum candidato. E se o deputado "branco" pudesse ser eleito? Com os votos que teve (4,63%), este senhor iria representar Portugal no Parlamento Europeu. E quem sabe se não faria o seu trabalho de uma forma pelo menos tão competente como alguns seres que deambulam por Estrasburgo e Bruxelas...

O linque para a posta da Jonas pode ser lido aqui. Leiam, que vale a pena.

sábado, maio 30, 2009

Compay Segundo

Hoje, naquele que será o dia mais quente do ano, meti no baú os frios Opeth, os perfeccionistas Steven Wilsons, e tirei de lá algo bem mais quente. Algo que infelizmente pouco ouço, mas quando o faço, sinto toda a genialidade, e o arrepiozinho na espinha é o mesmo.

Foi em 2002 que no Reino Unido o Sr. T.A.K. (ευχαριστώ, μαλάκα!) me deu a conhecer o mundo que é Buena Vista Social Club. E gostei. Era diferente, mas tinha muito sentimento, e um groove muito próprio para quem estava habituado a coisas... diferentes!

Compay Segundo deixou-nos em 2003, nonagenário e cheio de energia, apesar de fumar puros desde os seus 5 anos. Uma autêntica força da Natureza! Disfrutem....





Assim se fala em espanhol técnico!



Ouçam e aprendam!
Resta-me ouvir o seu inglês técnico!

quinta-feira, maio 21, 2009

A Comunicação Social vai mal...

Quando o notíciário das 20:00 da TSF abre com a alegria do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, pelo facto do Olhanense, o seu clube do coração, ter subido de divisão.

Sim, é verdade e aconteceu. Nada mais a dizer mesmo.

Sairam da cova?

Há uns dias, ao telefone com o meu pai, este revela-me que recebeu um panfleto junto à Estação de S. Bento, no Porto, de uma curiosa organização de índole político, de seu nome PNP/BDP, o que se traduz no belo nome de Partido Nacionalista Portugês / Bloco da Direita Portuguesa, ao melhor estilo do PCTP/MRPP...mas ao contrário.

Tratei logo de procurar esta organização (ainda não um Partido, pelo que percebi) na pelos meandros da WWW, e deparo-me com o sítio do Partido.

...e que Partido. Tal como zombies tirados do melhor filme de série Z que ninguém leva a sério, este agrupamento de cariz político(-religioso, como veremos) é um partido Nacionalista, que deseja entre outras coisas, "regressar aos Valores Tradicionais da velha sociedade cristã Portuguesa focada em Deus,na Família e na Pátria."

Ah, os bons velhos tempos da outra senhora. Que saudades...

Mas o desfile continua, pois esta gente quer "pôr um fim a todas as formas de racismo e separatismo de certos elementos que querem dividir e alienar a multicultural sociedade Portuguesa."

Ah, os bons velhos tempos do Império Colonial Português, perdão, das Províncias Ultramarinas. Angola há-de ser nossa outra vez!

Continuando.. claro que o aborto e a eutanásia seriam proibidas em toda e qualquer circunstância. Mas já a pena de morte deveria ser de novo instituída: é para respeitar a vida... matando. Certo!

Como é lógico, a disciplina de Religião e Moral (Católicas) seria de novo disciplina obrigatória! Como bom salaz^H^H^H Nacionalista! Não posso esperar por esse dia! Assim se respeita a diversidade religiosa!

...e saltando outros pontos menos ... curiosos (chamemos-lhe assim), gostaria de observar a importância do Satanismo (não, não me enganei) neste partido. Sim, porque a sociedade está pejada de valores satânicos que levam este país ao Inferno e consequente Danação Eterna! Ainda havemos todos de arder no mais quente fogo, ou transformar-nos em estátuas de sal pela nossa iniquidade! Vou limitar-me a citar aqui os ideais deste partido que mencionam o satanismo:

"Nós queremos terminar com a ênfase materialista, hedonística,egoísta e carnal que certos elementos satânicos estão a impôr na nossa sociedade."

e

"a clonagem e a seminação artificial,porque essa prática satânica no fundo nega a existência de Deus,o homem não pode criar monstros sem alma."

Ora porra... e o meu bode preto de estimação que faleceu há uns dias... bem que o podia ter usado para oferecer a Satanás... Alguém me indica quando é a próxima Missa Negra?

Quanto ao resto... procurem vocês... que eu não consigo dizer mais nada...

sábado, maio 16, 2009

Piada Geek



Porque já não inseria nenhuma há muito tempo...
Para quem não entendeu... e para simplificar, o erro 404 é a resposta a um pedido de uma página que não existe. Ora, de página a edifício, vai um curto passo! :D

segunda-feira, maio 11, 2009

Anathema @ Incrível Almadense, 09/05/2009: O concerto do ano

....Bolas! Depois do álbum do ano, o concerto do ano? Pois...

Mas vamos por partes...
Apesar de saber há já vários meses acerca deste concerto, confesso que não tinha andado com espírito para ouvir estes senhores. Por isso mesmo, confesso que "forcei" um pouco a audição preparatória. After all, era um concerto de Anathema, bolas.

O meu terceiro... em 3 anos :-)

Para começar, uma coincidência feliz. Ao chegar à entrada, o senhor Danny Cavanagh estava a entrar também, tendo inclusive ficado alguns minutos à conversa com alguns fãs, o que me deu tempo suficiente para arranjar uma caneta e meter um pouco de conversa com ele, dar-lhe os parabéns pelo soberbo álbum a solo "A Place To Be", e... ter o bilhete autografado! Não poderia haver começo melhor!

Descurei nitidamente as bandas de "aquecimento", talvez pela crença eterna que "estes concertos nunca começam a horas". Em primeiro lugar, os Leafblade, que pelos vistos incorporam o Danny Cavanagh, guitarrista de Anathema. Pelo que me contaram, trata-se de um um acústico interessante (quem sabe com reminescências no fabuloso "A Place to Be", álbum de homenagem a Nick Drake da autoria do mano Danny). E depois os Oblique Rain, que ainda ouvi parcialmente. Péssimo som, voz muito alta que ribombava pelas paredes da Incrível numa cacofonia demolidora. E o melhor é que até acho que se não fosse o som, a Chuva Oblíqua até teria sido interessante...

Entram depois os convidados principais. O reportório era o do costume, ou seja, os álbuns pós "Eternity", com a excepção de "Far Away" e "Sleepless", em que o passado mais distante foi revisitado, e "Hindsight", "A Simple Mistake", e "Angels Walk Among", novas faixas, estando as duas últimas disponíveis para download no sítio oficial da banda.

O som, sem estar espectacular, chegou e sobrou para uma actuação que só tem uma palavra: brilhante. A interacção com o público foi fenomenal, do melhor que já vi. E apesar de não trazerem o charme feminino da voz de seda de Lee Douglas (o que inviabilizou desde logo a minha faixa preferida, "A Natural Disaster"), todo a emoção e melancolia que estes sehores exalam esteve patente a 100% na Incrível Almadense.

E se um concerto com uma banda que nos agrade é bom, então quando o público agrada à banda, o que dizer? Os músicos estavam rendidos (o gesto do vocalista em virar o microfone para o público é sintomático), o público em plena comunhão com a banda. 1 encore com várias faixas que terminou com "Orion", o instrumental de Metallica... que ficou a meio porque a banda não podia tocar mais! (eram já 0:30).

Porém, o ponto alto do concerto foi.... foi este. Sem mais comentários. Já ouvi este clipe uma dezena de vezes e não consigo deixar de me arrepiar. E sim, eu estava lá! :-)

domingo, maio 10, 2009

What's been running in my head - Part IX

Hoje acordei com uma vontade enorme de ouvir isto:



Para ser sincero, estou ansioso que saia em Blu-Ray. "The Call of Ktulu", lançado no álbum "Ride The Lightning" em 1984, foi, curiosamente, a última peça escrita por Dave Mustaine (frontman dos Megadeth) para os Metallica, antes de ter recebido o grande pontapé no traseiro :-).

Trivialidades à parte, esta música estava a pedir uma orquestração há muito tempo (aliás, o próprio Michael Kamen, responsável pelos arranjos e maestro durante actuação, referiu isso). E o resultado é fenomenal: a forma como a orquestra se encaixa no thrash metal é perfeita, mas o meu destaque vai mesmo para presença da bateria. O Lars faz um trabalho extraordinário, com quebras consecutivas, mudança de ritmo, e uma imaginação pululante!

Enfim, enquanto escrevo isto já ouvi os primeiros 5 minutos da música 4 vezes. Claro que o youtube não tem capacidade de nos fornecer a riqueza de sons da orquestra - para já temos (somente) o DVD - mas já dá para ter uma ideia.

Talvez o melhor instrumental que já ouvi. Enjoy it.

quinta-feira, abril 30, 2009

O álbum do ano

Quase todos os anos há um filme e/ou álbum que me marca(m). A sensação é interessante, e chega ao ponto de ser Janeiro e eu dar comigo a pensar "este é o filme do ano". Por exemplo, vi o "Departed" em Janeiro e sabia que aquele ia ser para mim o filme do ano. E assim foi...

A nível musical, tenho vários álbuns do ano: o homónimo de Portishead, o "Silent Enigma" de Anathema, "Psalm 69" de Ministry...

Saliente-se no entanto que nem todos os anos têm um álbum do ano... mas 2009 tem. Um sólido álbum do ano, que eu tenho ouvido em loop, e que é uma autêntica pedrada no charco do panorama musical, na minha opinião.

É claro que toda esta argumentação cai por terra quando se menciona o autor do álbum, nada mais nada menos que Steven Wilson, o frontman dos Porcupine Tree. Avaliação parcial? Talvez, mas baseada na gestão das expectactivas: a verdade é que este álbum excedeu largamente as minhas expectativas mais optimistas. É arrojado, a produção é fenomenal... a impressão que dá é que "a fera se libertou" das cadeias progressivas dos Porcupine Tree, e da monotonia drone de Bass Communion, e... soltou-se o artista! Ouvi falar desta obra-prima aquando do concerto de Porcupine Tree há uns meses largos, ainda em 2008, mas para ser sincero nem prestei muita atenção ao que estava para vir... erro crasso!

Entre momentos mais calmos misturados com autênticas partes caóticas, esta peça oferece-nos um pouco de tudo...
Acima de tudo, é o álbum que retrata emoções mais fortes (que eu conheça, pelo menos!)... chego a acabar de o ouvir cansado, quase prostrado. Será que isto é razão para não o voltar a ouvir? Claro que não.

Fiquem com Harmony Korine (que descobri agora mesmo ser o nome do argumentista de "Kids" e "Ken Park"!)... o clipe é mesmo impressionante, muit bem produzido, na mesma linha do álbum.


sexta-feira, abril 24, 2009

E Depois do Adeus...

A esta hora, há 35 anos, nos Emissores Associados de Lisboa, ouvia-se isto:



E estava dado o tiro de partida para sermos grande parte do que somos hoje, para o bem e para o mal.

E pode haver qum diga que agora há falta de respeito e de segurança e que era preciso era "um Salazar em cada esquina".

Mas eu não me conseguia imaginar num país onde não podia ser quem queria. Onde a palavra liberdade não se aplica à "formiga que vem em sentido diferente", apesar dos "Vampiros" que ainda assolam o nosso dia a dia e dos tiques de prepotência dos governos que se vêem com maioria absoluta.
Melhor assim, de qualquer modo. Ao menos posso pensar... e na maior parte das vezes dizer.

É incrível ver o que éramos. Ao ver os documentários, parece que recuamos 100 anos no tempo, e não 40 ou 50. Era o país que tínhamos. Um país onde metade da população não sabia ler nem escrever, mantida ignorante (propositadamente) por uma elite agarrada ao poder. É este o "respeito" que muita gente quer de volta?

...e o que eu não dava para ter estado ....

Falta-me falar da canção em si. Isolada ou não do 25 de Abril de 1974, é genial. A letra é linda, muito bem orquestrada e a voz do Paulo de Carvalho "enche" a música de uma maneira fantástica. Já a ouvi uma dúzia de vezes nos últimos dias e confesso que termino sempre com um arrepio na espinha.

Bela maneira de celebrar a revolução.

quarta-feira, abril 22, 2009

Flight 666

Estou a beber a minha bebida pós concerto, ou seja, um gin tónico.

Porém, não vim de um concerto. Aliás, vim de um concerto. Perdão, vim de uma sala de cinema. Vim de um concerto numa sala de cinema. Vim de um documentário numa sala de cinema. Vim do FLIGHT 666!

Foi há uns dias que PdC (e não, não é Pinto da Costa!) me indicou este linque do Público. Uma única sessão. Que iria esgotar, de certeza. Comprei logo bilhete no próprio dia (vantagens de reservar pela internet...). O conceito intrigava-me. Estava a par da tour única dos Maiden (pegar num Boeing 757, pintá-lo com as cores da banda e com o Eddie, meter a banda + a crew + 12 toneladas de equipamento e viajar à volta do mundo (eheheh), com o frontman Bruce Dickinson himself a pilotar o avião (sim, o homem tem um brevet de piloto comercial). Conceito arrojado e único. Uma tour imensa.

...e um documentário brilhante para quem é fã da banda como eu. Tenho quase tudo o que se pode ter de Maiden em quase todos os formatos, e esta visão para dentro do que é acompanhar uma banda em digressão foi única.

70000 km, 4 continentes, 23 concertos em 45 dias (via Bombaim, Sydney, Toóquio, Los Angeles, Costa Rica, Cidade do México, Bogotá, São Paulo, Buenos Aires, Santiago do Chile, Porto Rico, Nova Iorque & Toronto). É obra. E o resultado é algo parecido com isto.



O resultado é um arrepio na espinha de princípio ao fim, algo que o trailer não mostra. Só dá vontade de sair do cinema e ir para um concerto logo em seguida. Infelizmente o documentário não reflecte a segunda parte da digressão, nem inclui o concerto de Lisboa (já relatado aqui).

Nota altamente positiva para a imagem. Alta definição. Sem uma única falha que eu tenha notado. Brilhante.

Nota altamente negativa para o som. Talvez alguém se tenha esquecido que estávamos na presença de uma mistura de concerto com documentário, e os graves devem ter ficado em casa de alguém. Na primeira canção, tive que adivinhar a bateria. Daí para a frente, esta já se tornou audível, mas o som estava demasiado alto, mas não demasiado bom (bem pelo contrário!)

Valeu pelo feeling, pela vontade de me levantar da cadeira e andar aos saltos a cantar. É que vocês não sabem o que perderam. Eu sei! Mas não perdi... adorei!

domingo, abril 12, 2009

Educação Sexual? É anti-democrático!

Adivinha quem voltou? Sim, a Associação Portugal Pró-Vida! Pois, já se esqueceram das suas vigílias mensais contra o estabelecimento de um Estado Laic^H^H^H da lei do aborto? Eu já nem me lembrava.

Mas como há que marcar presença, nada como continuar a luta pela Vida. E como é que se faz isso? Sendo contra a Educação Sexual nas escolas! Sim, é assim que luta pela Vida.

Luís Botelho Ribeiro, cabeça pensante (?!?!?!) desta Associação, proclama a seguinte ideia aqui e aqui.

«A obrigatoriedade dos alunos frequentarem as aulas de Educação Sexual é anti-democrática e muito perigosa para a sociedade portuguesa»

«Enquanto pais, o Estado está-nos a tirar o direito de decidir sobre a educação que queremos dar aos nossos filhos e isso é claramente anti-constitucional».

As críticas referem-se ao facto, claro de se falar de SEXO. De sexo de forma adequada às idades, com as preocupações próprias de cada segmento. Ah, onde estão as velhas tradições de educação sexual praticada pelo pai na própria filha que enriquece este país? Ou os padres pederastas que são calmamente mudados de paróquia, não vá o escândalo levantar-se? Ai, se o Sr. Dr. Oliveira Salazar estivesse vivo, nada disto acontecia.

Seja como for, tenho uma curiosidade quase mórbida (sim, só pode ser mórbido quem presta atenção a esta gente, mea culpa, mea culpa), sobre quem, a cobro dos sectores mais retrógrados da Igreja Católica, vem a praça pública condenar a educação que todos os seres humanos (excepto os sacerdotes católicos, salvo erro) necessitam. Se calhar alguns seres com 60 anos precisavam mais dessa educação que os seus netos, mas nada é perfeito, não é?

As únicas críticas que leio são relativas à falta de elementos de natureza sexual como o casamento, o amor, a família. Desloquei-me ao blogue desta Associação e li com alguma atenção a sua retórica. Fiquei com a nítida sensação que as saudades do lápis azul são muitas e que a sexualidade devia ser encarada sempre de um ponto de vista Católico, tendo em conta que «As ideias e os ensinamentos que vão ser transmitidos aos estudantes vão fazer com que, daqui a poucos anos, tenhamos uma geração de portugueses para quem nada é proibido nem moral, nem eticamente».

Sinceramente, já me aborrece a mesma conversa de sempre, encabeçada por João César das Neves e seus acólitos. Que daqui a 30 anos isto vai ser Sodoma e Gomorra juntas, que vamos praticar o sexo livre no meio da rua, que ninguém quer saber da família.

Porque o importante é proibir. Acho interessante que estes grupos de pessoas refiram que se acham no direito de dar a educação sexual que preferem aos filhos, quando toda a gente sabe que na maior parte das vezes esta é.... inexistente! Assumam-no com frontalidade e digam: "Sim, eu quero que o meu filho(a) nada saiba sobre sexo, para além das ideias que eu lhe possa eventualmente meter na cabeça, como por exemplo:
  • sexo antes do casamento: inferno e danação eterna (letras pequeninas: se fores homem, está tudo bem, se fores mulheres, dou-te uma coça de cinto que te mando para o hospital, minha rameira!)
  • proposta de iniciação sexual (para os filhos machos, claro) indo o pai com o filho a um bordel, como se fazia antigamente, ou em alternativa, o Estado, através da Junta de Freguesia, fornece a camioneta da Junta para uma iniciação em grupo. Ah, those were the days....
  • se te masturbares, morrerás, após te terem caído todos os membros, teres ficado cego, surdo, mudo, e leproso.
  • prazer derivado do sexo: só é bom quando é para efeitos de reprodução; há que seguir as normas da Santa Madre Igreja, e referir que o único sexo legítimo é aquele em que uma mulher que não está sobre o efeito de uma pílula anti-concepcional tem as suas paredes vaginais esfregadas por um membro viril masculino que ejacula dentro da primeira. Exclui-se o coitus interruptus, se bem que seguir o exemplo de Onan e desperdiçar a semente é algo que me parece um contra-senso. (uma explicação simples sobre este facto pode ser consultada aqui.)
  • corolário do artigo anterior: o clitóris é um mito, o orgasmo feminino é um mito, e a vagina é um local para onde escorre a semente masculina
  • o marido é o chefe de família, e como homem que é, tem necessidades (a mulher não, vide alinea anterior); assim sendo, e tendo em conta que a mulher é a mãe dos filhos (legítimos), e é com a sua boca que beija os filhos, a procura de uma outra mulher é algo que se compreende; aliás, vejam a quantidade de filhos bastardos de qualidade que o nosso país gerou: D. João I, Camilo Castelo Branco, por exemplo!
  • homossexualidade = danação eterna => vá para o Inferno. Vá sem passar pelo Purgatório e sem receber 2000$ (lamento, o meu Monopólio ainda não é em Euros). Excluem-se as lésbicas, porque ficam sempre bem em filmes porno."
Note-se que estes "valores" aqui referidos eram práticas correntes e abraçadas/consentidas pelas associações de Defesa da Vida existentes desde o início da nacionalidade (também chamados de Igreja Católica Apostólica Romana)! Para quê mudar?

Agora, numa onda mais séria, e se excluirmos todos preconceitos e tabus que tais associações desejam incutir no nosso país, vejo uma solução simples: porque é que essas famílias não incutem os valores de família, de amor, de respeito ao próximo elas próprias?

Será que estes valores cató^H^H^H de família, casamento, etc, complementam o que é ensinado na escola? Ou será que contradizem? Pois...

Malditos médicos e cientistas que contradizem os ditames da Santa Madre Igreja.... se as fogueiras ainda estivessem acesas no Terreiro do Paço e no Rossio, nada disto acontecia!

Fim de semana Cultural (Pt. III) - Walküre/Valquíria

Ainda referente a um passado fim de semana muito cultural, ficou por contar a ida ao cinema. Tenho tido sorte nas minhas deslocações cinéfilas: têm sido acertadas e preenchidas por filmes que me satisfazem plenamente (ao contrário dos que tenho visualizado em casa).

... e claro, "Valquíria" não é excepção. Quem me conhece sabe que sou um aficionado de história (e quando me refiro a aficionado não falo dessa "coisa tradicional" que é maltratar animais também conhecida como tourada), pelo que não podia faltar.

Para quem (ainda) não sabe, o filme desenrola-se à volta de uma das várias tentativas para por fim à vida de Adolf Hitler, tendo sido a que mais próxima esteve de ter sucesso, não só pelo atentado em si, como pela forma como planeava todo o processo de golpe de estado. Valquíria é na verdade o nome da "operação de continuidade" desencadeada pelo Exército de Reserva alemão no caso de uma situação de caos e desobediência civil / tentativa de derrubar o poder, e é aqui que entra o Coronel Claus Schenk Graf von Stauffenberg...



Sem entrar em detalhes históricos (e foram mesmo os mínimos detalhes que deitaram tudo a perder, como se pode ver no filme), a acção é muito fiel ao que se passou na realidade, e no entanto o realizador Bryan Singer consegue abster-se da vertente documental que poderia ser mais aborrecida para alguns.

Concluindo: se ainda não viram, vão ver (ou aluguem!). No final do filme ficarão mais sábios, e terão simultaneamente passado por um par de horas de bom entertenimento. O que se pode pedir mais? Ah, já sei, uma banda sonora de luxo assinada por John Ottman! Fica como amostra a fantástica peça coral, inspirada num poema de Goethe e que encerra o filme e que me fez ficar quase até ao final dos créditos finais.



Süßer Friede,
Komm, ach komm in meine Brust!

sexta-feira, abril 10, 2009

What's been running in my head - Part VIII

Tendo indo ao meu antro de perdição que é a Carbono da Amadora em busca de uma raridade em vinil dos grandes Opeth (que estava já esgotada), acabei por, numa atitude de "consolo", adquirir quase às escuras um álbum dos costumeiros Porcupine Tree que ainda não tinha (não tinha sequer ouvido), de seu nome Coma Divine. Gravado ao vivo em Roma, em 1997, é uma boa amostra da banda até essa altura, sendo o enfoque em Signify, álbum de estúdio de 1996, e curiosamente o meu primeiro contacto com Steve Wilson & Ca.


A re-edição de 2003, que adquiri, é a versão em duplo CD, e com toda a beleza que a banda de facto merece (porque para mim os CD continuam a ter a sua mística, e o embrulho também conta... «materalistazinho, hein?»)

Serviu no entanto Coma Divine para me relembrar quão bela é Waiting (Phase I), uma já velha conhecida, e talvez, em paralelo com Moonloop, os pontos altos deste álbum. Sendo no entanto a primeira mais fácil de ouvir, fica aqui a sugestão. Divirtam-se e prestem atenção às letras...



Waiting... to be born again

Wanting... the saddest kind of pain
Waiting for the day when I will crawl away

Nothing is what I feel
Waiting... for the drugs to make it real
Waiting... for the day when I will crawl away

Waiting... to be disciplined
Aching... for your nails across my skin
Waiting... for the day when I will crawl away

sábado, março 28, 2009

Vamos apagar Lisboa

Interrompo o silêncio deste blogue para informar que vamos apagar Lisboa.

Por iniciativa da WWF, entre as 20:30 e 21:30 de hoje, vamos apagar as luzes. Sim, todas as que pudermos.

Numa iniciativa inédita a nível mundial, tanto quanto sei, a WWF pediu a aderência de 377 cidades em 74 países, onde se inclui Lisboa, para apagar as luzes durante uma hora.

É claro que mais do que poupar energia, a iniciativa serve para tomar o pulso ao nível de awareness (falta-me a palavra em português) do mundo em relação aos problemas que nos assolam...

Eu vou estar às escuras daqui a pouco... e vocês?

Mais info AQUI.

domingo, março 08, 2009

À volta do mundo... "ma non troppo piu"

Quando este blogue foi criado, um dos nomes possíveis e que acabou por ser eleito era "À Volta do Mundo", devido a ser algo intrínseco à minha vida profissional.
Foram cerca de 5 anos e 4 meses de uma aventura quase constante, aqui e ali, em dezenas de países. Foi uma experiência de vida absolutamente impressionante à qual não foi feita devida justiça por parte deste blogue, pois ficou tanto por contar...

Mas a verdade é que chega sempre uma altura de mudar. Porque há mais dinheiro em jogo, porque as palavras que nos sussurram ao ouvido são mais doces, porque as perspectivas são melhores, porque....

E mudei. Mudei de poiso. "Assentarei" um pouco mais, pelo menos no próximo ano. Deixo para trás muita coisa boa que tanto invejaria se estivesse "do outro lado". Abri os olhos. Abri muito os olhos, ao ver, ao descobrir, ao conviver com pessoas de todo o lado. E todas estas experiências serviram para reforçar aquilo em que acredito, nos diferentes valores, num mundo tão pequeno para tanta gente, mas mesmo assim (ainda) tão diferente. Saí da minha "quinta", algo que todos devíamos fazer: a intolerância e o preconceito é muitas vezes resultado do desconhecimento.

Acima de tudo, descobri.

E muito mais haveria para descobrir... mas senti a necessidade de tomar o pulso a novas experiências profissionais. É algo demasiado interessante para deixar passar.

Por isso, vou continuar por aqui. À Volta de um Mundo com menos padrões, menos cores de pele, menos línguas bizarras, menos viagens de avião, hotéis, bagagens perdidas, pessoas espectaculares, fotos, filmes, jet lag, etc...

... mas sempre de algo para contar. Assim espero!

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

terça-feira, fevereiro 17, 2009

What's been running in my head - Part VII

No fim de semana fui ao fundo do meu baú musical, de onde saquei uma pérola esquecida:

Os Kyuss são talvez a banda mais imerecidamente desconhecidas do grande público. do meu imaginário musical. Americanos, fazem parte do grupo fundador do chamado stoner rock: rock pesado, e com um sonoridade muito própria, com um som "abafado" (dá vontade de mexer na equalização, há músicas que parece que foram gravadas dentro de um caixote!), foram influência para bandas como os Metallica (Jason Newstead dixit) e estão na génese de outras como os Queens of the Stone Age (o Nick Oliveri chegou a tocar em Kyuss).

Com inflências de Heavy Metal e Punk Rock, tornaram-se (relativamente) famosos pelas suas generator parties no deserto do Arizona, sempre regadas com muito álcool e drogas, pois claro.

Foi complicado encontrar uma música que me servisse, por isso escolhi 2 totalmente diferentes: o "conhecido" One Inch Man, que é para mim uma boa imagem da músicas que estes senhores fizeram entre 1989 e 1995. Barulhenta e com um clipe eivado de imagens alucinogénicas... E o acústico Space Cadet... lindíssimo. Recomendo especialmente esta última para quem acha que neste blogue só passam cabeludos mal-cheirosos que fazem música aos berros :-). Deixem o segundo clipe tocar e continuem a vossa vida. Esta será a melhor "música de elevador" que alguma vez irão ouvir... e se no final os vossos bolsos estiverem cheios de areia do deserto do Arizona, não se espantem... é mesmo assim...

One Inch Man:


Space Cadet:


Agradecimentos a um Inutel qualquer por me ter dado a conhecer estes senhores...


Casamento entre pessoas do mesmo sexo: um desabafo

Está prestes a acabar o programa "Prós e Contras" na RTP1 e o tema de hoje foi o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Não sou adepto do formato do programa, mas desta vez quis ver, por um motivo muito simples: queria entender os argumentos de quem está contra. Por norma há sempre argumentos a favor e contra, e após pesar ambos, cada um de nós chega a uma conclusão. Foi assim comigo no caso do aborto: ouvi ambos os lados e conclui.

Porém desta vez o debate foi muito peculiar para mim: consegui estar a ouvir o "não" e... não conseguir achar uma única ponta de sentido em qualquer um dos argumentos. Temos os catastrofistas, que dizem que aprovar este tipo de casamento significa que a seguir hão-de vir os casamentos poligâmicos e que provavelmente acabaremos como Sodoma e Gomorra. João César das Neves usou este argumento em relação ao aborto e está visto o que deu após um ano de lei do aborto. Sinceramente, julgava este grupo de pessoas mais inteligente.

Temos depois o argumento da "pró-criação"; continuo sem perceber... de que modo é que tal vai afectar os outros casais... Quem não "pró-cria" não pode casar?

Assistimos ao velho argumento que "sempre foi assim, para quê mudar?" dos conservadores. Curiosamente, é tudo uma questão de tempo. Ser agora ou ser depois. Foi assim com o aborto. Será assim com o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Temos uma lei que é homofóbica e discrimina de uma forma negativa um casal do mesmo sexo que se queira casar. E podem dizer que já pode haver uniões de facto entre casais do mesmo sexo. A quem diz isso eu respondo: e se agora os casamentos heterossexuais fossem proibidos, e os homossexuais não, sendo no entanto as uniões de facto possíveis? Pois...

Se há assim tantos problemas, pois mude-se a lei. Vamos destruir algum status quo? Vamos prejudicar quem? Vamos apenas alterar um conceito, nada mais! Mas ao alterar esse conceito vamos conseguir algo muito raro: fazer um grupo de pessoas mais felizes por um lado, e por outro não vamos prejudicar ninguém como consequência dessa alteração!

E lembrem-se de uma coisa: o casamento civil é independente de qualquer religião ou seita. Se a Igreja Católica Apostólica Romana, ou a Igreja Maná querem proibir cerimónias homossexuais, isso é para ser discutido dentro dessas comunidades. Por isso... deixem a religião fora disto, por favor.

Gostaria por fim de destacar o papel da Fernanda Câncio no debate. Precisa e acutilante, disferiu rudes golpes no "não", muitas vezes com informações actuais e relevantes.
...e uma outra nota antes de me ir... interessante ver que do lado do não estavam apenas homens... curioso...ou então esperado...

domingo, fevereiro 15, 2009

Fim de semana Cultural (Pt. II) - Paul Di'Anno em Corroios

Depois de uma sessão de autógrafos na sexta-feira, na discoteca Carbono na Amadora, que infelizmente falhei por bons motivos (o avião atrasou-se e quando Paul Di'Anno chegou já estava de saída, tendo-me cruzado com ele; porém, os álbuns estão assinados e isso é que conta! :-))


No dia seguinte era dia de concerto. "Tenrinho" como sou, era a minha primeira vez em Corroios, mas fui sem medo, e para ser sincero, sem expectativas algumas. Paul Di'Anno nunca teve sucessos conhecidos fora de Iron Maiden, e pelo que entendi vive do palco da fama que teve como vocalista da Dama de Ferro.

A verdade é que o homem está velho, coxo... e terrivelmente simpático e down to Earth como não estava à espera! Pouco tempo depois de ter chegado ao local do espectáculo, lá estava ele à porta do local do espectáculo, em amena cavaqueira com membros da banda com a qual ia tocar, os Attick Demons. Cumprimentei-o e trocamos algumas palavras, mas o que sobressaia era mesmo o à vontade do homem. Famoso, mas não suficientemente famoso para ser assediado... perspectiva interessante.

Entretanto lá começa o concerto, com 1:30 de atraso... :-|
Os Drakkar foram uma agradável surpresa. Com uma música que vai buscar algumas influências a Helloween, e um vocalista com muita presença e uma excelente voz, assim como um guitarrista com apontamentos bastante interessantes, cairam-me no goto.

Entram de seguida os Artworx, e a noção que fiquei é que seriam uns Dream Theater wanna be. A diferença é que se calhar não chegam lá... o som, que estava muito bom com os Drakkar, degradou-se ligeiramente na segunda banda, o que não ajudou. De qualquer modo, não foram propriamente desagradáveis.

Por fim, os Attick Demons. Fiquei de início espantado o verificar que Paul Di'Anno não entra com o resto da banda. Três guitarras, e um speed metal com um som muito mau (uma das guitarras solo praticamente não se ouvia!), e também um pouco aborrecido. Houve alturas em que se ouvia uma "parede" indistinguível de som, o que também não ajudou.

...e assim, ao fim de uma longa espera, eis que aparece Paul Di'Anno, apresentado ao som do clássico The Ides of March, seguido de Wrathchild, Prowler, Killers, Hey, Ho dos Ramones, e terminando com o incontornável Running Free.

... foi estranho. Estranho porque, por exemplo, Di'Anno não tem uma má voz - tem mesmo um vozeirão! - e optou por versões mais pesadas do que elas são, gritando, mais do que cantando, e a banda em si também não ajudou, ao tocar o que parecia num fast forward 1.5x ....

Mas pronto. Foi bom. Pelos Drakkar e por ter estado com o Di'Anno. Sinto que o "elo perdido" de Iron Maiden está encontrado. Valeu! :-)

Fim de semana Cultural (Pt. I) - Os Maias no Trindade

Este foi um fim de semana abundantemente cultural. Entre teatro, música e cinema, houve de tudo um pouco...



Sexta feira, 13:
"Os Maias" era o meu livro preferido até há poucos anos atrás, e Eça de Queiróz é ainda o meu escritor preferido. Por isso, as expectativas eram altas. E nada como ter altas expectativas que não saem defraudadas. "Os Maias na Trindade" enquadram grande parte da acção do livro de Eça no Teatro da Trindade, "um dos mais modernos!" [na época]. A peça passa-se em dois actos, em que o primeiro, para além da introdução, nos centra na Lisboa do final do séc. XIX, com uma monarquia constitucional decadente, ideias revolucionárias dos republicanos, e fabuloso discurso de Rufino, o reputado orador, e deputado por Monção, sobre "A FÉ! A FÉ!!!!", que me fez rir ininterruptamente durante vários minutos. Já o segundo acto nos leva à trama entre Maria Eduarda e Carlos Eduardo. Infelizmente, já não leio o livro há vários anos, pelo que não sei afirmar da fidelidade da peça ao livro.

Tenho andado, talvez de uma forma desnecessária, a suprir-me de alguns prazeres, e o teatro tem sido dúvida um deles. Um bom leque de actores, uma história muito bem escrita por António Torrado baseado no imortal livro de Eça. Foi um bom regresso ao Trindade após mais de dois anos!

Um único ponto negativo: infelizmente, esta não é uma peça para crianças. Pena por isso que uma turma inteira tenha decidido ir ao teatro. Pior ainda que a fila atrás de mim estivesse completa com estridentes adolescentes que demoraram 10 minutos para se sentarem, e não pararam de falar no segundo acto. Triste. Se não estão preparados para vir ao Teatro, que fiquem em casa a estupidificar com os Morangos com Aspartame, ou com chantilly, ou com o que quiserem, mas não venham fazer do Trindade a sua sala de estar.

A próxima peça? Não sei, mas espero que seja em breve!

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

O Preço Certo em Euros - Contas Públicas

Tendo em vista uma maior transparência (esta palavra é importante) no que diz respeito à forma como o dinheiro dos contribuintes é usado, o Governo da Nação criou o BASE, onde diversos tipos de despesas (nomeadamente os dos chamados ajustes directos, ou seja, compras não sujeitas a concurso) são colocados. Parabéns pela iniciativa que aproxma o Estado dos Cidadãos!
... mas espera lá.... como? não dá para pesquisar? Espera la.... hmm, vamos ver o vídeo, que deve passar-se aqui qualquer coisa!



E agora vamos ver algumas belíssimas entradas:




[UPDATE: Pelos vistos os vídeos começam automaticamente; se querem mesmo entender o que se passa, por favor parem o segundo e ouçam-no só a seguir ao primeiro; e sim, são enormes e estragam-me o template! :-)]

Mas as "despesas estranhas" não ficam por aqui, senão vejamos:


O blogue "os conselhos dos meus amigos" fez uma pequena recolha muito interessante, baseado no site do transparencia-pt.org (podem ver a posta original aqui). E aproveito para jogarmos ao preço certo: imaginem que estão em frente do Sr. Fernando Mendes e as suas belas assistentes. E à vossa frente têm a seguinte montra:

Universidade do Algarve – Escola Superior de Tecnologia - Projecto Tempus – Viagem aérea Faro/Zagreb e regresso a Faro, para 1 pessoas no período de 3 a 6 de Dezembro de 2008:
Ora quanto será?
E o preço certo é.... 33.745,00 !!!

Continuamos com a nossa montra de prémios. O próximo é Município de Lagoa - Aquisição de fardamento para a fiscalização municipal.
E o preço certo é... 391.970,00 !!!

Municipio de Vale de Cambra - AQUISIÇÃO DE VIATURA LIGEIRO DE MERCADORIAS:
Ora, 1 viatura tem o preço certo de... 1.236.000,00 €!!!

E agora, para os prémios mais valiosos....

O Municipio de Beja comprou esta magnífica 1 fotocopiadora, “Multifuncional do tipo IRC3080I”, para a Divisão de Obras Municipais
E o preço certo? €6.572.983,00 .... CERTO!

E o grande prémio!

Agência para a Modernização Administrativa, IP - Renovação do Licenciamento de software Microsoft:

....e o preço certo é: €14.360.063,00. Se acertou, acabou de ganhar 123453454654645654654 licenças em software Microsoft! Parabéns! :-)

E por fim, como prémio de consolação para quem perder, pode afogar as mágoas neste fantástico VINHO TINTO E BRANCO da Câmara Municipal de Loures
E o preço certo é.... €652.300,00!!!!

Resta-nos assim tentar perceber como é que estes dados são introduzidos numa base de dados oficial do Governo. Ou alguém anda a meter dinheiro ao bolso à grande ou então há bases de dados muito mal parametrizadas e/ou pessoal que introduz os dados que nem a quarta classe tem...



sábado, janeiro 24, 2009

Num qualquer Centro de Processamento de Dados no Uzbequistão...


Não sou perito em russo nem uzbeque, mas porque é que me parece que a tradução para inglês é um pouco mais... ríspida que nas outras línguas? Ai prevaricador não russo / uzbeque que se atreva a mexer no ar condicionado! ;-)

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Abrir os olhos

Foi assim que me senti. De olhos bem abertos. Esclarecido.


Falou-se há um par de anos em Uma Verdade Inconveniente, com Al Gore em grande forma a demonstrar os desafios (para usar uma linguagem eufemística) que o nosso planeta enfrenta.

Porém, e num registo bem mais simples, The Story of Stuff mostra-nos o que acontece hoje em dia aos produtos que consumimos... mas na perspectiva completa, e não naquela reduzida e agradável que nós queremos ver, ignorando o resto.

São focados aspectos como a quantidade de lixo que é gerada, a utilização exagerada de recursos no nosso planeta, e são mostrados dados interessantes acerca do caminho que estamos a fazer o nosso planeta seguir.

São vinte minutos que passam num instante... um vídeo cheio de coisas interessantes! Do melhor que vi recentemente, a não perder.

P.S.: Neste linque podemos ver uma versão internacional em várias línguas, que inclui também uma versão em português... do Brasil, claro!


...and Hello Hard Club!!!

Falei na posta anterior de uma despedida que tanto gozo me deu, falo agora de um regresso que muito me apraz!



O sempre surpreendente "A Cidade Surpreendente" trouxe-me uma óptima notícia: o Hard Club está de volta. De todos os ditos "espaços de diversão nocturna", este foi sem dúvida o que mais me encheu as medidas. Quer a nível visual (belíssimo espaço, amplo e bonito), mas principalmente a nível musical (ou será que tive sorte nas vezes que fui lá?), é um espaço absolutamente inesquecível.

Foi assim com muita pena que soube do seu final, ainda em 2006, creio. E mais pena tive de não ver o que te parece ter sido um memorável concerto pelos enormes Opeth (diz quem lá esteve que foi fantástico! Pelo menos o espaço era bem melhor que o acanhado Club Luna onde "tentei" ver a banda :-) ), teria sido uma fantástica despedida!

Porém, chega de lamentações. As obras começaram no Mercado Ferreira Borges, e o clube deixou Gaia para a outra margem, devendo abrir antes do final do ano. O site já está no ar, e somos surpreendidos com uma fantástica música de Moonspell (não se assustem, é ambiental!)...

... e eu estou ansioso para lá voltar! Espero que a qualidade com que o Hard Club habituou a cidade do Porto esteja também patente!


domingo, janeiro 18, 2009

Bye bye Bush!

É daqui a pouco...
É daqui a pouco que uma das mais tristes personagens que tenho memória (num rácio responsabilidade / qualidade, entenda-se) deixa a cadeira do poder. Falo, como é lógico, de George W. Bush e já agora da sua trupe de Dick Chenney, Donald Rumsfeld e quejandos.
O mundo mudou à imagem e semelhança deste grupo de pessoas com ideais bélicos, e que incutem o respeito pelos direitos humanos no mundo - com a excepção das próprias forças de defesa, claro. Os chamados "defensores da liberdade".

Nunca na minha curta vida conheci personagem tão unanimemente detestado no mundo como George W. Bush. O que provavelmente seria mais um triste pacóvio neste mundo acabou eleito presidente do país mais poderoso do mundo. E assim temos o país defensor da liberdade, mas que devido ao seu poder se deu ao luxo de criar as suas próprias regras de direitos humanos, ambiente, política, etc.




E o contraste entre o presidente cessante e o que toma posse amanhã não poderia ser maior. Do tacanho e campónio, cowboy style fez-se o dinâmico, moderno, e acima de tudo esperançoso. Não aderi à Obama mania pois quero esperar para ver. Mas o que parece não gerar dúvidas é o novo Presidente dos Estados Unidos da América possui um carisma fora de série. E a forma como age parece ser genuína (chegamos a um ponto em que qualquer gesto é de tal maneira planeado que não conseguimos ver algo espontâneo em lado nenhum, e tudo é comandado por Relações Públicas, agências de comunicação e assessores).

Por isso, e para celebrar este dia memorável que espero ser de mudança, apesar de toda esta crise que nos envolve, que pelos vistos o Mundo decide festejar não sṍ o novo Presidente, como a saída do antigo.

Procurar no google por "Bye Bye Bush" fornece-nos sites interessantíssimos, entre countdowns e afins, mas o mais interessante é sem dúvida Bye Bye Bush Party, em que o tradicional mash up do Google Maps é utilizado para localizar as....festas de despedida de George W. Bush. E existem bastantes (quiçá falsas) no nosso país!

Será isto um sinal dos tempos, ou uma clara excepção resultante da pessoa em causa? O tempo o dirá. Obama tem quatro anos para demonstrar que é tão bom quanto parece. Por isso vamos hoje esquecer a crise que nos rodeia (e que decerto já atacou alguns!) e CELEBRAR! E tu, a que festa vais? :-)

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Difícil de acreditar

Foi-me enviado hoje por um inútel qualquer ;-) um linque difícil de acreditar. Mas parece que é mesmo verdade.... Vejam e apreciem...

Sem mais comentários...


wingsuit base jumping from Ali on Vimeo.

domingo, janeiro 11, 2009

Euromilhões

Ontem usei pela primeira vez uma ferramenta do sítio da Santa Casa da Misericórdia que permite verificar quantas vezes determinada chave foi premiada, e que prémios ganhou.

Restava saber iria abrir os pulsos ao verificar que tinha tido um primeiro prémio precisamente naquela semana em que joguei (digamos que jogo 50% das vezes), ou se poderia continuar a referir-me com uma pessoa sem sorte neste jogos.

Pelos vistos tenho que continuar a enviar mais postais...





Como diria o grande Nel Monteiro, no seu hino "Puta Vida Merda Cagalhões":

Puta vida merda cagalhões
Até parece que sou filho do azar
Pois até o Euro Milhões
Só merda me está a dar

Acho que vou reclamar com a Santa Casa pelo facto de já lá ter deixado tanto dinheiro e nunca ter ganho um único primeiro prémio.

[UPDATE]: Coloquei o linque para a música, no caso de não conhecerem.

...E frio... ou nem por isso

Na continuação da posta anterior, veio-me à memória um famoso episódio que se conta entre o ex-capitão do F.C. Porto e da selecção, João Pinto.

Tendo que defrontar uma equipa de Leste, possivelmente no contexto de uma competição europeia, é perguntado a João Pinto uma óbvia pergunta relativa à temperatura em que o jogo iria decorrer:

- João Pinto, está frio, não está?
- Não está frio nem está calor, estão zero graus!

Ora, foi exactamente assim que me senti ontem à noite.
Nem frio, nem calor... zero graus!

Claro que o pior ainda estava para vir, passado umas horas...
Que friiiiiiiiiiiio! :-)


Neve...

Como sempre que a neve cai fora dos locais habituais de Portugal é sempre algo digno de registo, a gerência de À Volta do Mundo gostaria de se associar a estas "festividades".

Infelizmente não nevou na região onde me encontrava, mas ver zonas do país que tão bem conheço cobertas de neve deixou muitas saudades!

Podem ver aqui no linque do Público, construído a partir de colaborações dos leitores, acompanhado de uma bela música de gaitas de foles.

Bonito!

sábado, janeiro 10, 2009

Milionários e suícidios

Muito se fala da diferença entre e a crise de 1929 e esta que começou em 2008. Continua a parecer-me que o impacto na economia desta última crise será inferior ao da de 1929 (durante a qual os EUA tiveram uma quebra no PIB de 33% em 1929, salvo erro), mas de qualquer modo o fenómeno do suicídio dos mais ricos parece já ter-se iniciado.

Pelos vistos a nova "rodada" começou no final de Setembro com o milionário Kirk Stephenson (ver uma das muitas notícias aqui) e o mais famoso a ter repetido o acto (e curiosamente, o mesmo modus operandis), Adolf Merckle.

Encontrei no entanto um artigo muito interessante do New York Times sobre esse assunto, e pelos vistos a quantidade de milionários que se relata terem atirado de prédios altos aquando da crise de 1929 (eu pelo menos cresci a ouvir tal coisa...) é bastante exagerada .

O que não deixa no entanto de ser interessante é que pelos vistos a taxa de suicídios em tempos de crise cresce de um modo geral nas populações, mas de um modo bastante acentuado nos extractos mais altos da sociedade (e dentro deste, presumivelmente naqueles que acabam por sofrer as consequências mais directas dessa crise). Será que quem está habituado a uma vida de luxo parece achar impossível ter que viver humildemente? Por outro lado, será também o facto de não conseguir assumir a responsabilidade do fracasso per se?

Seja o que for, o que é certo que pelos vistos este ano poderemos ter mais novidades na macabra lista de baixas de milionários. É esperar e ver. Por fim, espero ansiosamente pelo desfecho do caso Madoff. É que nos EUA a justiça não costuma brincar com esquemas deste género. Claro que depois levantam-se questões interessantes como o que vai acontecer ao património deste senhor: será que também se divorciou e deixou tudo à mulher (por amor, claro!)? Será que por outro lado a defesa alegará erros processuais que arrastarão o caso durante anos?

Fico à espera....

quinta-feira, janeiro 08, 2009

A Pornografia diz: "Ajudem-nos!"

Já tinha referido em ocasiões anteriores a importância do blogue "Sinais", que funciona como o famoso "Meditando" da Rádio Renassenssa (e sim, escrevi assim porque ainda não conheci nenhum ouvinte desta estação de rádio que dissesse essa palavra sem ser com essa pronúncia), mas sem a parte religiosa.

A reflexão de Fernando Alves de hoje refere-se a um pedido de ajuda de mais uma indústria, neste caso, a importante indústria... da pornografia. Pois é, a vida está f.... para todos!

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Contrastes musicais... Parte I

Ainda há algum tempo publiquei duas postas de seguida que davam conta dos contrastes musicais, e de como diferentes sonoridades despertam sensações completamente diferentes...
Este fim de semana foi talvez o par de dias com sonoridades mais díspares que me recordo, com uma descoberta fantástica e uma redescoberta, sim, porque eu chamo redescoberta a um álbum que tenho apenas, como dizer, "disponibilidade mental" para ouvir uma vez de dois em dois anos.

Começando pelo fim, falo do álbum "Puritanical Euphoric Misanthropia" dos noruegueses Dimmu Borgir. Black Metal não é de modo nenhum a minha chávena de chá (costumo dizer que me faz mal ao estômago), mas gosto muito da produção deste álbum em particular. Para consumo reduzido e para emoções muito intensas (para quem as conseguir aguentar!)



Uma produção brilhante num black metal sinfónico de qualidade. Se tiverem problemas de estômago, tomem uma Rennie... mas atrevam-se a provar!

domingo, janeiro 04, 2009

Rocknrolla

A rrimeira sessão de cinema do 2009 foi com o mais recente de Guy Ritchie, "Rocknrolla". Sou grande fã deste realizador inglês, que apesar de não inovar propriamente nos seus filmes, fornece sempre entretenimento de elevadíssima qualidade.

...e o seu último trabalho é de facto... mais do mesmo. Mais uma história de gangsters, vigarices e histórias cruzadas, russos que custam muito, mas mesmo muito muito muito a morrer :-), e objectos fetiche perdidos.

O que mudou? Talvez apenas os cenários serem mais negros do que nas outras obras. De resto, os mesmos planos, a mesma violência, e uma história muito muito muito divertida!

Se é verdade que fico a pensar quando é que verei algo diferente vindo do Guy Ritchie, também, por outro lado ainda não me fartei do seu estilo actual. Por isso, venha mais, mas em doses reduzidas, para não fartar! :-)



... e sim, será talvez o seu filme menos conseguido, mas consegue mesmo assim ter cenas de antologia. Vejam e entenderão o que quero dizer!

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Se conduzir, não se assoe

Os "Sinais", na TSF, costumam ser uma companhia habitual nas minhas manhãs ao pequeno almoço... fica aqui um velho, mas conhecido e interessante episódio sobre algo no mínimo caricato, visto pelo olhar peculiar de Fernando Alves. Ouçam, por favor.

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Áudio e Vídeo: perspectivas

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa que compra música quando vale a pena (ou seja, quando gosto mesmo e quando o preço o permite). Sim, refiro-me àquela música que vem numa rodela chamada disco compacto ou disco de vinil, com um livrinho, etc, etc. E quem fala de música fala de filmes: também gosto daquela rodelinha do tamanho de um disco compacto como é o caso do DVD ou do Blu-Ray.

A verdade é porém que a nível de áudio digital o panorama é completamente diferente do vídeo. O disco compacto, apesar da sua maturidade (tem já 27 anos), resiste a outros formatos como o Super Audio CD ou o DVD Áudio, e pasme-se, o seu preço não desce. Porquê? Muito possivelmente devido a maroscas de editoras e afins. Seja como for, não creio que esta tendência se altere.

No que diz respeito ao vídeo, creio que o que 2008 prometia, 2009 vai confirmar (se a crise assim o deixar), ou seja, a alta definição vai triunfar, e comprar um televisor standard definition será cada vez mais uma pior escolha (poderia estar aqui a lamuriar-me pela descida brutal do preço do meu televisor full HD com menos de um ano, mas já passei essa fase). Assim, os players hoje em dia, são o DVD e o disco Blu-Ray, agora que o HD-DVD já está enterrado e os consumidores sabem qual o rumo dos standards de alta definição.

O resultado do surgimento de formatos de alta definição é, como é lógico, a baixa do preço dos DVDs. Já é possível adquirir edições especiais de 3 DVD por apenas €10 (p.ex., Taxi Driver ou O Gladiador), e edições simples por menos de metade. E a tendência é mesmo o abaixamento de preços.

Já no que diz respeito a discos Blu-Ray, assiste-se a um fenómeno bizarro. O ano de 2008 começou com filmes "a partir de €30", o que definitivamente não é algo para qualquer bolsa, e termina com os mesmo filmes a terem quebras de 40% ou mais... mas isto apenas no estrangeiro! Sim, porque no nosso Portugal o mítico preço de €30 mantém-se para um simples filme. Utilizemos um outro exemplo:


BBC Planet Earth: para quem não conhece, esta série é um must have para verificar as capacidades da alta definição. Eu nunca vi nada como isto... e numa televisão full HD de topo de gama (não, a minha não é!) é algo... indescritível. Os seus olhos sentirão a diferença!
  • Preço FNAC, em Portugal: €75 - encontrava-se esgotado mesmo assim, na semana do Natal
  • Preço Play.com há: €55.99 (infelizmente só se aceitam encomendas em libras esterlinas para território da Grã-Bretanha), porque senão eram mesmo £39.99 :) - claro que é enviado a partir do off shore de Jersey...mas eu encomendei e tive sorte! :D
  • Preço dvd.co.uk: £35.87 + portes (não deve chegar aos €40 de certeza) - enviado a partir do Reino Unido, salvo erro.
A única diferença entre comprar na FNAC e on-line devem ser mesmo as legendas em português. E claro, continuamos a apanhar com filmes em Blu Ray a €30, "que isso desses discos novos é coisa de ricos"...

Por outro lado, com a conjuntura actual, em que a libra está basicamente a par do euro, comprar em sítios ingleses é quase obrigatório! (hoje: 1 GBP=1,0459 EUR)

E você, ainda continua a ser chulado? Por acaso gostava de saber se lojas que roub^H^H^H vendem aos actuais preços vão sofrer alguma quebra devido à desvalorização da libra...