segunda-feira, fevereiro 23, 2009

terça-feira, fevereiro 17, 2009

What's been running in my head - Part VII

No fim de semana fui ao fundo do meu baú musical, de onde saquei uma pérola esquecida:

Os Kyuss são talvez a banda mais imerecidamente desconhecidas do grande público. do meu imaginário musical. Americanos, fazem parte do grupo fundador do chamado stoner rock: rock pesado, e com um sonoridade muito própria, com um som "abafado" (dá vontade de mexer na equalização, há músicas que parece que foram gravadas dentro de um caixote!), foram influência para bandas como os Metallica (Jason Newstead dixit) e estão na génese de outras como os Queens of the Stone Age (o Nick Oliveri chegou a tocar em Kyuss).

Com inflências de Heavy Metal e Punk Rock, tornaram-se (relativamente) famosos pelas suas generator parties no deserto do Arizona, sempre regadas com muito álcool e drogas, pois claro.

Foi complicado encontrar uma música que me servisse, por isso escolhi 2 totalmente diferentes: o "conhecido" One Inch Man, que é para mim uma boa imagem da músicas que estes senhores fizeram entre 1989 e 1995. Barulhenta e com um clipe eivado de imagens alucinogénicas... E o acústico Space Cadet... lindíssimo. Recomendo especialmente esta última para quem acha que neste blogue só passam cabeludos mal-cheirosos que fazem música aos berros :-). Deixem o segundo clipe tocar e continuem a vossa vida. Esta será a melhor "música de elevador" que alguma vez irão ouvir... e se no final os vossos bolsos estiverem cheios de areia do deserto do Arizona, não se espantem... é mesmo assim...

One Inch Man:


Space Cadet:


Agradecimentos a um Inutel qualquer por me ter dado a conhecer estes senhores...


Casamento entre pessoas do mesmo sexo: um desabafo

Está prestes a acabar o programa "Prós e Contras" na RTP1 e o tema de hoje foi o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Não sou adepto do formato do programa, mas desta vez quis ver, por um motivo muito simples: queria entender os argumentos de quem está contra. Por norma há sempre argumentos a favor e contra, e após pesar ambos, cada um de nós chega a uma conclusão. Foi assim comigo no caso do aborto: ouvi ambos os lados e conclui.

Porém desta vez o debate foi muito peculiar para mim: consegui estar a ouvir o "não" e... não conseguir achar uma única ponta de sentido em qualquer um dos argumentos. Temos os catastrofistas, que dizem que aprovar este tipo de casamento significa que a seguir hão-de vir os casamentos poligâmicos e que provavelmente acabaremos como Sodoma e Gomorra. João César das Neves usou este argumento em relação ao aborto e está visto o que deu após um ano de lei do aborto. Sinceramente, julgava este grupo de pessoas mais inteligente.

Temos depois o argumento da "pró-criação"; continuo sem perceber... de que modo é que tal vai afectar os outros casais... Quem não "pró-cria" não pode casar?

Assistimos ao velho argumento que "sempre foi assim, para quê mudar?" dos conservadores. Curiosamente, é tudo uma questão de tempo. Ser agora ou ser depois. Foi assim com o aborto. Será assim com o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Temos uma lei que é homofóbica e discrimina de uma forma negativa um casal do mesmo sexo que se queira casar. E podem dizer que já pode haver uniões de facto entre casais do mesmo sexo. A quem diz isso eu respondo: e se agora os casamentos heterossexuais fossem proibidos, e os homossexuais não, sendo no entanto as uniões de facto possíveis? Pois...

Se há assim tantos problemas, pois mude-se a lei. Vamos destruir algum status quo? Vamos prejudicar quem? Vamos apenas alterar um conceito, nada mais! Mas ao alterar esse conceito vamos conseguir algo muito raro: fazer um grupo de pessoas mais felizes por um lado, e por outro não vamos prejudicar ninguém como consequência dessa alteração!

E lembrem-se de uma coisa: o casamento civil é independente de qualquer religião ou seita. Se a Igreja Católica Apostólica Romana, ou a Igreja Maná querem proibir cerimónias homossexuais, isso é para ser discutido dentro dessas comunidades. Por isso... deixem a religião fora disto, por favor.

Gostaria por fim de destacar o papel da Fernanda Câncio no debate. Precisa e acutilante, disferiu rudes golpes no "não", muitas vezes com informações actuais e relevantes.
...e uma outra nota antes de me ir... interessante ver que do lado do não estavam apenas homens... curioso...ou então esperado...

domingo, fevereiro 15, 2009

Fim de semana Cultural (Pt. II) - Paul Di'Anno em Corroios

Depois de uma sessão de autógrafos na sexta-feira, na discoteca Carbono na Amadora, que infelizmente falhei por bons motivos (o avião atrasou-se e quando Paul Di'Anno chegou já estava de saída, tendo-me cruzado com ele; porém, os álbuns estão assinados e isso é que conta! :-))


No dia seguinte era dia de concerto. "Tenrinho" como sou, era a minha primeira vez em Corroios, mas fui sem medo, e para ser sincero, sem expectativas algumas. Paul Di'Anno nunca teve sucessos conhecidos fora de Iron Maiden, e pelo que entendi vive do palco da fama que teve como vocalista da Dama de Ferro.

A verdade é que o homem está velho, coxo... e terrivelmente simpático e down to Earth como não estava à espera! Pouco tempo depois de ter chegado ao local do espectáculo, lá estava ele à porta do local do espectáculo, em amena cavaqueira com membros da banda com a qual ia tocar, os Attick Demons. Cumprimentei-o e trocamos algumas palavras, mas o que sobressaia era mesmo o à vontade do homem. Famoso, mas não suficientemente famoso para ser assediado... perspectiva interessante.

Entretanto lá começa o concerto, com 1:30 de atraso... :-|
Os Drakkar foram uma agradável surpresa. Com uma música que vai buscar algumas influências a Helloween, e um vocalista com muita presença e uma excelente voz, assim como um guitarrista com apontamentos bastante interessantes, cairam-me no goto.

Entram de seguida os Artworx, e a noção que fiquei é que seriam uns Dream Theater wanna be. A diferença é que se calhar não chegam lá... o som, que estava muito bom com os Drakkar, degradou-se ligeiramente na segunda banda, o que não ajudou. De qualquer modo, não foram propriamente desagradáveis.

Por fim, os Attick Demons. Fiquei de início espantado o verificar que Paul Di'Anno não entra com o resto da banda. Três guitarras, e um speed metal com um som muito mau (uma das guitarras solo praticamente não se ouvia!), e também um pouco aborrecido. Houve alturas em que se ouvia uma "parede" indistinguível de som, o que também não ajudou.

...e assim, ao fim de uma longa espera, eis que aparece Paul Di'Anno, apresentado ao som do clássico The Ides of March, seguido de Wrathchild, Prowler, Killers, Hey, Ho dos Ramones, e terminando com o incontornável Running Free.

... foi estranho. Estranho porque, por exemplo, Di'Anno não tem uma má voz - tem mesmo um vozeirão! - e optou por versões mais pesadas do que elas são, gritando, mais do que cantando, e a banda em si também não ajudou, ao tocar o que parecia num fast forward 1.5x ....

Mas pronto. Foi bom. Pelos Drakkar e por ter estado com o Di'Anno. Sinto que o "elo perdido" de Iron Maiden está encontrado. Valeu! :-)

Fim de semana Cultural (Pt. I) - Os Maias no Trindade

Este foi um fim de semana abundantemente cultural. Entre teatro, música e cinema, houve de tudo um pouco...



Sexta feira, 13:
"Os Maias" era o meu livro preferido até há poucos anos atrás, e Eça de Queiróz é ainda o meu escritor preferido. Por isso, as expectativas eram altas. E nada como ter altas expectativas que não saem defraudadas. "Os Maias na Trindade" enquadram grande parte da acção do livro de Eça no Teatro da Trindade, "um dos mais modernos!" [na época]. A peça passa-se em dois actos, em que o primeiro, para além da introdução, nos centra na Lisboa do final do séc. XIX, com uma monarquia constitucional decadente, ideias revolucionárias dos republicanos, e fabuloso discurso de Rufino, o reputado orador, e deputado por Monção, sobre "A FÉ! A FÉ!!!!", que me fez rir ininterruptamente durante vários minutos. Já o segundo acto nos leva à trama entre Maria Eduarda e Carlos Eduardo. Infelizmente, já não leio o livro há vários anos, pelo que não sei afirmar da fidelidade da peça ao livro.

Tenho andado, talvez de uma forma desnecessária, a suprir-me de alguns prazeres, e o teatro tem sido dúvida um deles. Um bom leque de actores, uma história muito bem escrita por António Torrado baseado no imortal livro de Eça. Foi um bom regresso ao Trindade após mais de dois anos!

Um único ponto negativo: infelizmente, esta não é uma peça para crianças. Pena por isso que uma turma inteira tenha decidido ir ao teatro. Pior ainda que a fila atrás de mim estivesse completa com estridentes adolescentes que demoraram 10 minutos para se sentarem, e não pararam de falar no segundo acto. Triste. Se não estão preparados para vir ao Teatro, que fiquem em casa a estupidificar com os Morangos com Aspartame, ou com chantilly, ou com o que quiserem, mas não venham fazer do Trindade a sua sala de estar.

A próxima peça? Não sei, mas espero que seja em breve!

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

O Preço Certo em Euros - Contas Públicas

Tendo em vista uma maior transparência (esta palavra é importante) no que diz respeito à forma como o dinheiro dos contribuintes é usado, o Governo da Nação criou o BASE, onde diversos tipos de despesas (nomeadamente os dos chamados ajustes directos, ou seja, compras não sujeitas a concurso) são colocados. Parabéns pela iniciativa que aproxma o Estado dos Cidadãos!
... mas espera lá.... como? não dá para pesquisar? Espera la.... hmm, vamos ver o vídeo, que deve passar-se aqui qualquer coisa!



E agora vamos ver algumas belíssimas entradas:




[UPDATE: Pelos vistos os vídeos começam automaticamente; se querem mesmo entender o que se passa, por favor parem o segundo e ouçam-no só a seguir ao primeiro; e sim, são enormes e estragam-me o template! :-)]

Mas as "despesas estranhas" não ficam por aqui, senão vejamos:


O blogue "os conselhos dos meus amigos" fez uma pequena recolha muito interessante, baseado no site do transparencia-pt.org (podem ver a posta original aqui). E aproveito para jogarmos ao preço certo: imaginem que estão em frente do Sr. Fernando Mendes e as suas belas assistentes. E à vossa frente têm a seguinte montra:

Universidade do Algarve – Escola Superior de Tecnologia - Projecto Tempus – Viagem aérea Faro/Zagreb e regresso a Faro, para 1 pessoas no período de 3 a 6 de Dezembro de 2008:
Ora quanto será?
E o preço certo é.... 33.745,00 !!!

Continuamos com a nossa montra de prémios. O próximo é Município de Lagoa - Aquisição de fardamento para a fiscalização municipal.
E o preço certo é... 391.970,00 !!!

Municipio de Vale de Cambra - AQUISIÇÃO DE VIATURA LIGEIRO DE MERCADORIAS:
Ora, 1 viatura tem o preço certo de... 1.236.000,00 €!!!

E agora, para os prémios mais valiosos....

O Municipio de Beja comprou esta magnífica 1 fotocopiadora, “Multifuncional do tipo IRC3080I”, para a Divisão de Obras Municipais
E o preço certo? €6.572.983,00 .... CERTO!

E o grande prémio!

Agência para a Modernização Administrativa, IP - Renovação do Licenciamento de software Microsoft:

....e o preço certo é: €14.360.063,00. Se acertou, acabou de ganhar 123453454654645654654 licenças em software Microsoft! Parabéns! :-)

E por fim, como prémio de consolação para quem perder, pode afogar as mágoas neste fantástico VINHO TINTO E BRANCO da Câmara Municipal de Loures
E o preço certo é.... €652.300,00!!!!

Resta-nos assim tentar perceber como é que estes dados são introduzidos numa base de dados oficial do Governo. Ou alguém anda a meter dinheiro ao bolso à grande ou então há bases de dados muito mal parametrizadas e/ou pessoal que introduz os dados que nem a quarta classe tem...