Em Singapura, a conversa típica com um taxista segue este rumo:
"So, where are you from?"
"Portugal."
"Aaaaah! Figo, Cristiano Ronaldo!"
"Yes, that's right!"
[...]
Mas e se de repente a conversa fosse a seguinte:
"So, where are you from?"
"Portugal"
"Ah! Portugal! I was in Lisbon in 1961!"
....
A partir daqui a conversa continua, desde o Cristo Rei, até uma impressionante demonstração de História:
- A morte de Fernão de Magalhães nas Filipinas
- O porquê de um dos nomes alternativos de Taiwan ser "Formosa"
- As circunstâncias da fundação de Macau
E o improvável também acontece! Dei comigo numa interessante troca de ideias num táxi, com um taxista que já foi membro da marinha mercante de Singapura!
O que dizer de um habitante desta ilha que ensinaria episódios da História de Portugal a 85% da nossa população?
Não tenho palavras!
No meio de tanta excitação, a viagem ia ficando cara! Saio sem pedir o recibo dos S$18 da viagem, mas consigo ainda voltar para trás a tempo! Se bem que por S$18 há conversas e surpresas que valem a pena!
Jantei com um pensamento na cabeça: o que fazia uma pessoa daquelas, com 68 anos de vida e uma experiência acumulada de fazer inveja a muitos (ou a praticamente todos) atrás do volante de um táxi...(*)
5 comentários:
Eu só costumava encontrar taxistas dos normais: grunhos até dizer chega... Mas a verdade é que nunca contactei com qualquer um fora de Portugal.
Ás vezes, simplesmente, as pessoas são o que querem ser, mesmo que a nós nos pareça estranho...
De facto acho quase impossivel que esse episódio se pudesse passar em Portugal...
quando se tem a possibilidade de viajar mundo fora, os imporváveis tornam-se mais prováveis. embora em Portugal normalmente os taxistas não tenham muita cultura (porque a maioria da população também não a tem), lá fora certamente que existem realidades diferentes.
Por acaso no dia a seguir encontrei um taxista que já tinha morado na Europa e já tinha estado em mais países da Europa que a maioria de nós....
Mas para mim, isso são coincidências, já apanhei taxistas muito muito muito cromos mesmo.
Esqueci-me de dar como exemplo os taxistas dinamarqueses: na maioria emigrantes, não falam inglês (bem, em Portugal também não!), possivelmente o seu dinamarquês é pouco melhor que o meu, etc...
Portanto... acho que tive sorte mesmo!
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