Muito se tem falado da quebra do sistema financeiro, da crise, e dos salários obscenos de alguns CEOs que receberam os seus lindos bónus, apesar da falência iminente. O conceito de "pára-quedas" dourado é conhecido e praticado mesmo no nosso país. Porém, nos EUA, pátria desta crise que se espalha num mundo globalizado, os valores atingim níveis obscenos, tudo em nome da "liberdade de mercado".
Vários casos há, mas vou destacar apenas o do CEO da Washington Mutual, também conhecida como WaMu. Pelos vistos, este senhor, de seu nome Alan Fishman, safou-se à grande. Segundo este artigo, este senhor, que presidiu a empresa durante 432 horas, enquanto assistia ao seu colapso, retirou-se airosamente com o seu pára-quedas de .... mais de 19 milhões de dólares (o que dará algo como mais ou menos €14.000.000, mais cêntimo menos cêntimo!)
Leram bem: 19 milhões de dólares por 18 dias de trabalho, 1.05 milhões por dia, 44 mil por hora (hmmmm.... dá que pensar.... esse senhor fez numa hora o que eu faço, mais euro menos euro, num ano...)
Ora, todos sabemos que o mercado premeia os melhores, numa lógica plenamente "natural". Pelos vistos, esta lógica é uma batata. Porque no final de contas, e como é referido em alguns comentários no sítio já referido acima, o que se consegue deduzir a posteriori é que qualquer um poderia ter ocupado o cargo, dado o aparente incontornável destino da WaMu: a falência. E para se atingir falência pouca diferença há se for pintor, mecânico, polícia ou carteiro.
Na verdade, a minha maior fatia da censura não vai para Alan Fishman - no máximo, podemos alegar um comportamento imoral, devido às condições que aceitou... mas quem não aceitaria?
Vergonhoso e obsceno foi quem criou o pára-quedas dourado para este senhor.
Seja como for, o que parece que acontece aqui é uma alteração dos conceitos que sempre me foram transmitidos, nos quais quem manda recebe mais dinheiro para premiar as suas capacidades de decisão (acertada, espera-se), assim como as suas responsabilidades. Mas pelos vistos, a vida real é diferente, e enquanto um zé-ninguém que arme asneira da grossa é posto no olho da rua, um CEO ou outros membros do Conselho Executivo, por muito grossa que seja a asneira, saem airosamente, abrindo o pára-quedas dourado. E isto parece-me que ultrapassa o criticável "capitalismo selvagem". Parece quase um compadrio... ou então um sistema retorcido e a velha máxima: "Quem parte, reparte e não fica com a melhor parte..." (sim, porque os grandes accionistas também entram neste festim... e os pequenos simplesmente não têm voz).
Laissez faire, laissez passer...
Vários casos há, mas vou destacar apenas o do CEO da Washington Mutual, também conhecida como WaMu. Pelos vistos, este senhor, de seu nome Alan Fishman, safou-se à grande. Segundo este artigo, este senhor, que presidiu a empresa durante 432 horas, enquanto assistia ao seu colapso, retirou-se airosamente com o seu pára-quedas de .... mais de 19 milhões de dólares (o que dará algo como mais ou menos €14.000.000, mais cêntimo menos cêntimo!)
Leram bem: 19 milhões de dólares por 18 dias de trabalho, 1.05 milhões por dia, 44 mil por hora (hmmmm.... dá que pensar.... esse senhor fez numa hora o que eu faço, mais euro menos euro, num ano...)
Ora, todos sabemos que o mercado premeia os melhores, numa lógica plenamente "natural". Pelos vistos, esta lógica é uma batata. Porque no final de contas, e como é referido em alguns comentários no sítio já referido acima, o que se consegue deduzir a posteriori é que qualquer um poderia ter ocupado o cargo, dado o aparente incontornável destino da WaMu: a falência. E para se atingir falência pouca diferença há se for pintor, mecânico, polícia ou carteiro.
Na verdade, a minha maior fatia da censura não vai para Alan Fishman - no máximo, podemos alegar um comportamento imoral, devido às condições que aceitou... mas quem não aceitaria?
Vergonhoso e obsceno foi quem criou o pára-quedas dourado para este senhor.
Seja como for, o que parece que acontece aqui é uma alteração dos conceitos que sempre me foram transmitidos, nos quais quem manda recebe mais dinheiro para premiar as suas capacidades de decisão (acertada, espera-se), assim como as suas responsabilidades. Mas pelos vistos, a vida real é diferente, e enquanto um zé-ninguém que arme asneira da grossa é posto no olho da rua, um CEO ou outros membros do Conselho Executivo, por muito grossa que seja a asneira, saem airosamente, abrindo o pára-quedas dourado. E isto parece-me que ultrapassa o criticável "capitalismo selvagem". Parece quase um compadrio... ou então um sistema retorcido e a velha máxima: "Quem parte, reparte e não fica com a melhor parte..." (sim, porque os grandes accionistas também entram neste festim... e os pequenos simplesmente não têm voz).
Laissez faire, laissez passer...
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