segunda-feira, outubro 06, 2008

Dogville

NOTA: se deseja ver este filme e quer ir "em branco", não leia daqui para a frente! Próximas postas em breve

E se de repente vos dissessem: "Hoje vi um filme com um cenário minimalista, tão minimalista que mais parecia uma peça de teatro (mas daquelas minimalistas!) em ponto ligeiramente maior (imaginem um palco com o triplo do tamanho que estão habituados a ver), em que tudo é imaginário, menos as pessoas e pouco mais.

Agora imaginem que se consegue fazer um filme genial a partir destes ingredientes visuais mínimos. Um filme onde o que interessa está lá, o que não interessa fica ao nosso critério imaginar, com a ajuda das demarcações a giz, até mesmo o cão (!!!).

O resto é uma história da chegada a Dogville de uma estranha, o que nos leva ao fundo do ser humano, e quão merdoso, nojento e mesquinho este consegue ser. É também uma história que nos ensina a manter a nossa dignidade antes que sentimentos menos puros nos corroam e nos tornem um bicho irracional.

Um leque de actores fantásticos, encabeçados por Nicole Kidman, e dirigido pelo génio (não há outra palavra!) Lars von Trier.

E não há muito mais a dizer sobre o filme. É uma obra longa e lenta, mas nunca aborrecida, e claro, ver por quem ainda não teve esse prazer!

Quanto a mim, será, como Into the Wild, um filme a não ver tão cedo. São emoções demasiado fortes para repetir nos próximos dois anos pelo menos.

Dogville... ou o "O filme 'Dogville' contado em nove capítulos e um prólogo'...


5 comentários:

Angie disse...

estava a ver que era a única a gostar do Lars (não o dos Metallica ;))!!! Eu amei o Riget (as duas séries, em particular a primeira) e o Dancer in the Dark com a Bjork está divinal! Pronto era só isto! Cumps e bons filmes

McBrain disse...

estava a ver que era a única a gostar do Lars

Não é uma questão de gostar, era mesmo uma questão de ignorância, chère Angie... :-)

Wildflower disse...

"...um filme genial a partir destes ingredientes visuais mínimos. Um filme onde o que interessa está lá, o que não interessa fica ao nosso critério imaginar(..)É também uma história que nos ensina a manter a nossa dignidade antes que sentimentos menos puros nos corroam e nos tornem um bicho irracional...".

O mesmo senti em into the wild...
Na minha opinião a simplicidade e os argumentos baseados nos instintos mais básicos e primarios da existência humana são os que nos fazem pensar mais...

Se impacto de Dogville for tão grande como o the into the wild....hmmm parece que tenho mesmo de ir ver!

Sim senhor fiquei com grande coriosidade!
Boa semana

Paty

D. disse...

o problema deste filme é que ao fim de algum tempo começa a ser aborrecido. pelo menos eu fiquei um bocado.

McBrain disse...

o problema deste filme é que ao fim de algum tempo começa a ser aborrecido.

Eu não achei... acho que o filme decai um bocado a meio, mas depois começa de novo num crecendo até aquele lindo final! :-)