sábado, dezembro 10, 2005

Os portugueses e as bebidas estimulantes

É sabido que os portugueses vêem* o chá de uma forma muito peculiar. Antes de ser uma bebida, o chá é provavelmente um elixir mágico que cura as maleitas. É certo que as infusões de certas plantas têm propriedades medicinais, mas não ver o chá como uma bebida alternativa ao café é algo incompreensível para mim. Passou-se então o seguinte diálogo numa boda:

- Um chá, por favor - pedi eu ao empregado.

Enquanto este aquecia a água para uma infusão de Tetley Blue Label :-(, sou interpelado por uma jovem da minha idade, que me pergunta com um misto de curiosidade e preocupação:

- Mas estás doente?

Fiquei por um segundo estupecto, a pensar no significado daquela frase, até que a compreendi. Respondi com o ar mais espantado do mundo (e não há formatação de texto que transcreva o meu ar):

-Porquê??????

Creio que estamos conversados em relação ao chá.

Em relação ao café, temos sem dúvida um café excelente! Mas para "nós", um café é uma bica, um cimbálino, serve-se curto, é forte e qualquer outra coisa é vista com estranheza.
Exemplo disso é a história da primeira vez que a minha mãe se deslocou a Espanha. Como qualquer português, pediu "um café". O que é que lhe foi servido? Uma caneca de café de cafeteira, que segundo a minha mãe, "parecia água do esgoto!".

Pequeno detalhe: se se pedir um espresso, somos capazes de ter mais sorte quando formos ao estrangeiro.

Em relação ainda ao café, cada país tem a sua forma preferida de tomar. Como em muitas outras coisas da vida, creio que podemos aproveitar o melhor de cada um dos países: no caso da Grécia, existe o frappe, uma bebida fria feita à base de café. Confesso que tenho muitas saudades dos frappes, e como não aprendi a fazê-los (os gregos é que faziam, eles têm toda a maquinaria e até café próprio para frappe!), agora só me posso recordar do sabor! (Sim, eu sei que posso procurar a receita na net, mas talvez seja difícil fazer como os gregos fazem!)

É caso para dizer:
-Ena frappe, parakalo!

[*] - agradecimento especial ao Marginalizante por ter detectado a gralha, estava a ser conjugado originalmente o verbo "vir" e não "ver".

1 comentário:

McBrain disse...

Não gosto de vinho, lamento! :(