Cenário I:
Avenida da Igreja, Lisboa, cerca das 19:45. Estou parado, aguardando boleia, e observo quem passa.
Uma mulher nos seus trinta aproxima-se calmamente do seu Seat Ibiza, estacionado em segunda fila e com os quatro "piscas" ligados, vinda talvez de um dos muitos estabelecimentos comerciais existentes nesta via.
Mete em seguida a chave na ignição. O motor liga-se, e antes de arrancar, liga o telemóvel, iniciando em seguida a sua marcha, conduzindo com uma mão e segurando no telemóvel com outra.
Cenário II:
Numa das ruas das traseiras do Campo Grande, um jipe encontra-se parado em plena faixa de rodagem. Encostada à porta do condutor, uma senhora conversa com a condutora, em amena cavaqueira. A via está, obviamente, bloqueada, pelo que os veículos que sigam nessa direcção têm obviamente que esperar que não haja trânsito em sentido contrário para avançar. Um deles tem o desplante de buzinar para o dito jipe, ao que a Dondoca que se encontrava na conversa do lado de fora responde: "Ah, parece que está com muita pressa!", indignada.
O facto é que era fim de semana. O facto é que nessas ruas o trânsito é diminuto nesses dias.
Comentário:
O que mais me espantou foi a descontracção com que as ditas senhoras cometeram as duas infracções. Acho que tenho uma curiosidade mórbida em querer saber como funciona o cérebro de alguém assim.
Nos dois cenários, o alheamento das condutoras em relação ao mundo que as rodeia é chocante.
No primeiro caso, o detalhe de arrancar com o telemóvel em utilização (sem auricular, como é óbvio!) é brilhante. Podemos também colocar a hipótese da Senhora Dona nem sequer saber que tal é uma infracção com coima até, salvo erro, €600! Pobrezinha! Já agora, devem ser muitos os condutores portugueses que desconhecem: experimentem ficar numa Avenida com algum trânsito durante meia hora e verifiquem a quantidade de condutores ao telemóvel de forma ilegal!
Já no segundo caso, o termo correcto não é alheamento, mas sim egoísmo mesmo. Como era fim de semana e o trânsito era reduzido, só um idiota acharia incorrecto que alguém conversasse alegremente na faixa de rodagem. Porque ao fim de semana não há emergências, claro! Resta também saber o que faria esta condutora se estivesse na posição oposta, ou seja, tivesse a via obstruída por um motivo absolutamente ... egoísta!
E é este o civismo do bom condutor português...
Avenida da Igreja, Lisboa, cerca das 19:45. Estou parado, aguardando boleia, e observo quem passa.
Uma mulher nos seus trinta aproxima-se calmamente do seu Seat Ibiza, estacionado em segunda fila e com os quatro "piscas" ligados, vinda talvez de um dos muitos estabelecimentos comerciais existentes nesta via.
Mete em seguida a chave na ignição. O motor liga-se, e antes de arrancar, liga o telemóvel, iniciando em seguida a sua marcha, conduzindo com uma mão e segurando no telemóvel com outra.
Cenário II:
Numa das ruas das traseiras do Campo Grande, um jipe encontra-se parado em plena faixa de rodagem. Encostada à porta do condutor, uma senhora conversa com a condutora, em amena cavaqueira. A via está, obviamente, bloqueada, pelo que os veículos que sigam nessa direcção têm obviamente que esperar que não haja trânsito em sentido contrário para avançar. Um deles tem o desplante de buzinar para o dito jipe, ao que a Dondoca que se encontrava na conversa do lado de fora responde: "Ah, parece que está com muita pressa!", indignada.
O facto é que era fim de semana. O facto é que nessas ruas o trânsito é diminuto nesses dias.
Comentário:
O que mais me espantou foi a descontracção com que as ditas senhoras cometeram as duas infracções. Acho que tenho uma curiosidade mórbida em querer saber como funciona o cérebro de alguém assim.
Nos dois cenários, o alheamento das condutoras em relação ao mundo que as rodeia é chocante.
No primeiro caso, o detalhe de arrancar com o telemóvel em utilização (sem auricular, como é óbvio!) é brilhante. Podemos também colocar a hipótese da Senhora Dona nem sequer saber que tal é uma infracção com coima até, salvo erro, €600! Pobrezinha! Já agora, devem ser muitos os condutores portugueses que desconhecem: experimentem ficar numa Avenida com algum trânsito durante meia hora e verifiquem a quantidade de condutores ao telemóvel de forma ilegal!
Já no segundo caso, o termo correcto não é alheamento, mas sim egoísmo mesmo. Como era fim de semana e o trânsito era reduzido, só um idiota acharia incorrecto que alguém conversasse alegremente na faixa de rodagem. Porque ao fim de semana não há emergências, claro! Resta também saber o que faria esta condutora se estivesse na posição oposta, ou seja, tivesse a via obstruída por um motivo absolutamente ... egoísta!
E é este o civismo do bom condutor português...
9 comentários:
concordo, concordo... excepto que acho injusto que menciones apenas as mulheres portuguesas no teu post... até parece que os homens não fazem parecidas ... :-)
Na minha opinião, quando os homens fazem asneira, fazem-no, de um modo geral, bem pior, com mortos e feridos à mistura.
Este "relaxamento" é mais típico nas mulheres, pelo que vejo...
Humm...
Como mulher q sou, e apesar de n me identificar, infelizmente tenho assistido a cada uma...
A última foi na semana passada qd decidi ir à praça de londres. Qual n foi o meu espanto qd efectivamente consegui um lugar. Bom um lugar, mas bem apertadinho, pq o fiat punto que estava à minha esquerda estava mais ou menos atravessado entre os dois lugares.
Como a Condutora (Tia com uns 70 anos) ainda se encontrava no carro, lá fui eu, educadamente, pedir que ajeitasse a viatura, ao que ela me respondeu com olhar de desprezo:"Porquê?" e eu "pq está em cima do meu lugar". A dita cuja sai do carro, olha para os dois lugares e diz "eu até poderia endireitar o carro mas você é q é mto nova e tem um carro gd q n sabe estacionar", bom, digamos que a este mimo, respondi "se n consegue perceber q o seu carro está mal estacionado, se calhar já n tem idade para estar a conduzir..."
Enfim, e assim vamos nós pelas estradas deste Portugal...
Muito boas situações, amigo.
Casos destes são o "pão-nosso de cada dia". E, na minha opinião são protagonizadas por homens e mulheres.
Pessoalmente, já fui multada, à 3 anos, por ter atendido uma chamada enquanto conduza numa avenida bastante movimentada em Lisboa. Fui mandada encostar quando estava a dizer a quem me ligava que não podia falar naquele momento. O polícia multou-me “sem dó nem piedade”. Aprendi a minha lição. Auricular roles. :D
Cheers.
Concordo com a dagon... Os homens são mais agressivos a conduzir e muito relaxados a estacionar. Por exemplo, no outro dia, um tipo qualquer estacionou em frente à rampa que dá acesso à minha garagem. Buzinei (ele não estava) e nada. Quando voltei perguntei-lhe se não sabia que era proibido estacionar em frente a rampas. Resposta: "Só foram cinco minutos". Era um homem.
Só há uma coisa que acontece mais frequentemente com mulheres do que com homens: não agradecer quando alguém lhes dá "a mão". Fico fula!
"Concordo com a dagon... "
Ahem. com O Dagon se faz favor. ;)
Só porque defendi as mulheres não quer dizer que seja uma :P
A minha experiência diz-me que as mulheres são muito mais relaxadas, e os homens mais perigosos.
Adivinha qual era o sexo da pessoa que vi ontem de novo a abandonar o parque de estacionamento ao telemóvel (estava bem estacionada, podia ter esperado para terminar a chamada, mas não...)
Quanto a não darem o braço a torcer ou a dar passagem, por exemplo, há uns tempos atrás também pensava como tu. Depois comecei basicamente a acenar para as mulheres e a sorrir. Agora deixam-me todas passar. Das duas uma: ou ganham vergonha ou são ceguinhas! :-)
As minhas desculpas AO Dagon! :)
"As minhas desculpas AO Dagon! :)"
:-P
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