sexta-feira, março 28, 2008

Portishead - Coliseu dos Recreios, Lisboa, 27/03/2008




Algures entre 1997 e 1999, ouvi na TSF, num programa da Sarah Adamopoulos (obrigado, Sarah!), algo completamente refrescante. A força de um sample de uma orquestra misturada com scratching e uma voz absolutamente sublime captaram-me desde a primeira audição. O "All Mine" chegava pela primeira vez aos meus ouvidos. Houve depois um Inutel qualquer :-) que me emprestou o CD, e a partir daí é história.

Não assisti ao mítico concerto de 1998 no Sudoeste. Assisti ao de ontem. Creio que nunca conseguirei descrever na totalidade o que se sente quando as expectactivas, já de si tão elevadas, são ultrapassadas.

O som estava irrepreensível, e nem por um segundo comprometeu a interpretação da banda (aliás, os meus ouvidos mal zumbem depois deste concerto!). As músicas do novo álbum, "Third" resultam fenomenais ao vivo. Sons que vão desde uma percussão em "Machine Gun" que me faz lembrar os Einstürzende Neubaten, às guitarras de "Silence" que parecem tiradas de um álbum de Mão Morta. A voz de Beth Gibbons está melhor que nunca (aliás, no regresso do concerto vim a ouvir o que considero a obra prima deles, o seu álbum homónimo, e a voz esteve seguramente melhor neste concerto que em todo o dito registo de estúdio). O público aceitou (talvez ainda não rendido) os novos temas, delirou com os antigos, e terminou o concerto numa sintonia linda com a banda (Li uma crónica on-line que referiu a "estranheza" do público perante os novos temas. Não me pareceu... ou será que há mais pirataria em Lisboa que no Porto? :-D)
Pena mesmo a curta duração do concerto, e o número reduzido de encores, para um público com uma "fome" de muitos anos. Porém, acabar o alinhamento oficial com "Cowboys", a minha faixa preferida de Portishead. Brilhante!

...e agora o que não se descreve... acabar uma música e eu ficar extático, sem aplaudir sequer, quando o público delira. O porquê disto não se descreve. Não há palavras que o descrevam. Simplesmente é melhor assim.

Se não tivesse um ano que promete ser o mais profícuo que me lembro em termos de concertos, diria que o concerto do ano já eu saberia qual era. Assim sendo, esperemos...

"Ooh, if you take these things from me"
[Portishead, "Cowboys"]

Não me tirem mais coisas destas de mim, por favor. Quero mais.

segunda-feira, março 24, 2008

Visita a Ponte de Lima

No fim de semana que passou tive a oportunidade de visitar a vila de Ponte de Lima. É, pelos vistos, a vila mais antiga de Portugal. Tendo recebido foral de D. Teresa em 1125, é considerada a mais antiga Vila de Portugal.

Aproveitei também para provar as especialidades da região: arroz de sarrabulho e rojões (os melhores rojões que provei nos últimos anos... pena não ter mesmo redenho, mas mesmo assim estavam excelentes!)

Babem-se:

Refeição fantástica e pantagruélica.
Parabéns, M.!

Publicidade ao Restaurante Tulha, na Rua Formosa, mesmo no centro. Excelente comida a um óptimo preço!

Um pequeno passeio pela vila mostra uma localidade de aspecto medieval, lindíssima. Tenho pena de não a ter visitado mais cedo, nomeadamente aquando de visitas anteriores ao Alto Minho. Mas mais vale tarde do que nunca, e espero definitivamente voltar!

Ficam aqui uns "aperitivos":

Ponte medieval (pena os carros... mas a cidade não problemas de estacionamento! Excepto nos dias de feira.. que se realiza neste terreno precisamente!)


Cidade Medieval I

Cidade Medieval II

quinta-feira, março 20, 2008

José Rodrigues dos Santos e a reciclagem - Uma pessoa normal

A revista "Sábado" (sim, a tal que sai à quinta por norma, ou à quarta se no dia seguinte for feriado) de 6 de Março do presente ano presenteia-nos com uma entrevista com o novo escritor da moda, José Rodrigues dos Santos. Sempre julguei que o entrevistado, apesar dos seus tiques e piadolas muitas vezes sem graça, era um ser inteligente. Porém, o escritor/jornalista/pivô descobriu o novo nível de "normalidade do cidadão português" (quem sabe baseado em Homer Simpson), e passo a citar a revista:

"[...] o catastrófico aquecimento global do planeta, um tema que o preocupa - muito. Não se cansa de falar nas previsões que apontam para a desertificação de metade do mundo, incluindo uma parte de Portugal. Na parte que lhe cabe, poupa água. Reciclagem? Pois, isso não."

"[Reciclagem] não não faço. Sou uma pessoa normal. [...] A media do cidadão não recicla o lixo. É muito complicado. Um saco é azul, outro é não sei o quê, aquilo é uma confusão. Depois não são facilmente acessíveis [?????], é um conjunto de problemas práticosm requer mesmo muita boa vontade."

O que comentar? Que José Rodrigues dos Santos não consegue decorar mais que uma côr? Que não há Ecopontos onde este senhor mora? Sempre pensei que morasse perto de Lisboa. Se calhar é mais um habitante de S. Jorge de Murrunhanha, e eu não sabia. E a boa vontade que requer? Nem vos passa pela cabeça.

Segundo a nova métrica de José Rodrigues dos Santos, sou um iluminado. Consigo decorar três cores. Mais ainda, sou um abençoado com um ecoponto perto de minha casa. E tenho supermercados perto de minha casa que vendem ecopontos domésticos. Por fim, sou um autêntico Gandhi, com a minha boa vontade, que infelizmente, a "pessoa normal" José Rodrigues dos Santos não tem. Se calhar não poupo é tanta água como ele, mas não se pode ser perfeito...

Depois desta demonstração de "normalidade", só falta perguntar a J.R. dos Santos quem é que lhe escreve os livros. Porque, claro, parto do princípio que é preciso ser uma pessoa "acima da média" para tal tarefa.

5 anos

Há 5 anos atrás, a coligação de tropas americanas, britânicas e quejandas começaram as manobras de ataque para a "libertação do Iraque" das garras do temível Saddam Hussein.

Vamos saltar por cima do assunto de "armas de destruição massiva/maciça/whatever", da palhaçada que foi a Conferência dos Açores, da "guerra em si" (que terminou, segundo o Presidente Bush, no dia em que este declara "Missão Cumprida" a bordo de um porta-aviões), e centremo-nos no "pós-guerra".

Como na Jugoslávia de Tito, que mantinha sérvios, bósnios, albaneses, croatas, macedónios e montenegrinos "unidos" numa só nação, também Saddam mantinha uma relativa ordem sobre o ancestral ódio xiita/sunita, à custa de, claro, "métodos menos democráticos".

Bush expulsou e matou Saddam, mas abriu a caixa de Pandora. Chegamos assim, passados cinco anos, a um Iraque feito em frangalhos, uma terra de bandidos onde se chega ao cúmulo de ter que se comprar gasolina no mercado negro (isto no segundo maior produtor de petróleo do mundo). Pelo meio temos Abu Ghraib, Guantánamo, o enforcamento de Saddam a ser transmitido para todo o mundo, etc.

Chegamos a 2008, e segundo o precioso site "Iraq Body Count", baixas aproximadas de:

Iraq Body Count web counter


Para além da "estatística" próxima dos 90.000 mortos, há uma despesa diária de 12.000.000 de dólares por dia.

No entanto, e segundo declarações do Presidente Bush, "valeu a pena", dado que foi uma "vitória estratégica sobre os inimigos no Iraque", segundo este linque do Yahoo!. Para Bush talvez tenha sido uma vitória, dado que foi re-eleito Presidente dos EUA, dado que, segundo o average american citizen, tornou o Mundo um país mais seguro, apesar de vivermos numa constante ameaça terrorista, e parecer-me que atirar mais gasolina (olha, outro assunto interessante - já só falta referir que havia interesses económicos na invasão do Iraque) para um incêndio fora de controlo que é o terrorismo.

O sítio Iraq Body Count tem um interessante artigo acerca de quem ganhou e perdeu a guerra, e o que foi ganho e perdido. Aconselho-vos seriamente a ler o artigo neste endereço.
Deixo uma apenas uma citação que aparece no final do artigo:


"And we, the Britishand American public [and the rest of the world] ? What have we won? What have we lost? We have actually won nothing, not even our security. And we have lost something too: a little of our self-respect. A little of our conviction in our virtue, in our values and in our role as the defenders of all that is good and fair."

P.S.: E pensar que eu era neutro, e a pender para a invasão.... Espero ter-me retratado aqui.

sábado, março 15, 2008

Humor estúpido

Às vezes dou comigo a rir-me com coisas absolutamente idiotas. Humor não inteligente, humor sem sentido, mas que no entanto nos faz mandar umas boas gargalhadas. E eu que pensava que tinha um gosto refinado... :-)

Fiquem com Nuno Markl e o seu amigo Bruno Aleixo de Coimbra. A gerência de "À Volta do Mundo" dá um prémio simbólico a quem me indicar que raio de animal é o Bruno Aleixo :-)



Hmmmm! Carapaus à espanhola! LOL!

quarta-feira, março 12, 2008

A regra dos três

"Esteja alerta para a regra dos três. O que você dá retornará para você. Essa lição você tem que aprender".

É assim que vai ser no próximo dia 27 de Março. Um novo trabalho pela terceira vez, que abre com esta frase, sim, sem traduções, apenas com sotaque do Brasil.


Os Portishead regressam no concerto mais aguardado do ano, na minha opinião. E eu vou ter a sorte de estar lá.

I am counting the days already...

Mais info sobre o novo álbum aqui.

P.S.: Não sei qual a fórmula da regra dos três, mas há certas premissas que parecem falhar, nomeadamente certas pessoas para as quais podemos ser o maior FDP do mundo ou Gandhi, mas... "nada [de bom] retornará para você". Preciso possivelmente de ver com mais detalhe a dita fórmula... ou como diria alguém que conheço: "Ou então não."

Independentemente disso, espero um concerto à altura da banda. Espero as misturas fantásticas de Dummy, o intimismo negro (e fenomenal!) de Portishead e o mistério que é Third. E isso é qu realmente interessa. O resto é conversa...

More News to Come...

domingo, março 09, 2008

Adivinhem quem chegou!

Na quinta feira passada andei de T-Shirt pela primeira vez.

Hoje coloquei os meus óculos de sol pela primeira vez.

É oficial. O Inverno foi-se. Que chegue a luz da Primavera.

sexta-feira, março 07, 2008

Alone in the Dark


...é o nome de uma série de jogos de computador famosos...

Mas neste caso foi o que me aconteceu ontem à noite, felizmente apenas por alguns minutos.

De repente, o ruído de "House" é substituído apenas por longínquo soar de um alarme. Tudo escuro, menos o ecrã do meu laptop. As persianas dos vizinhos, surpresos também, abrem-se, em busca de uma luz que não aparece.

O telemóvel serviu de lanterna até encontrar a vela que já esperava uso há 18 meses.


Felizmente que após alguns minutos de escuridão, a luz voltou... como sempre!

Não tenho medo do escuro, mas nestas circunstâncias, a sensação é no mínimo estranha e de impotência, especialmente pelo inesperado. Enfim, experiências novas dos dias que correm...