quarta-feira, dezembro 26, 2007

Recordações de Infância

Piascas... por acaso nunca tive nenhuma... sempre tive só peões...


Foto tirada numa transversal da Avenida da Igreja, em pleno centro de Lisboa.
Ver um pião faz-me sentir tão velho... no sentido em que a nova geração olha para eles como sendo uma coisa absolutamente primitiva, e, o que é ainda mais preocupante, fica a pensar "Era assim que esta gente se divertia quando era mais nova?".

A resposta é: no passado não havia "payshtationshes" e quejandas. Devia ser uma vidinha muito aborrecida, não era? :-D

What's been running in my head - Part II

Talvez a minha música preferida de Anathema... esta jovem do MySpace, possivelmente também fã da música, decidiu em boa hora fazer um vídeo.

Apesar de bonito, a ideia que tenho deste vídeo (principalmente na parte mais violenta) é de alguém dentro de uma sala almofada, a chocalhar como uma pedra dentro de uma lata... não me perguntem porquê!

Disfrutem... uma música única. Ouçam MUITO ALTO e com muita atenção.

Anathema - Violence

terça-feira, dezembro 25, 2007

What's been running in my head - Part I

"Am Universum" é para mim um álbum pleno de originalidade, e uma surpresa agradável após o "Tales From The Thousand Lakes", em que os ambiente Doom/Death da obra de 1994 estavam um pouco à frente de mais para o que eu ouvia na época (talvez a voz gutural me causasse alguma urticária, não sei...)

Deixo-vos assim um dos melhores momentos de Am Universum, "Alone". Uma música muito intensa para um clipe essencialmente onírico e, que infelizmente, "amputa" os últimos 90 segundos de um belíssimo instrumental (não consegui encontrar a versão completa), assim como parte do início. :-(



Concerto de Natal

Prometi a mim próprio que este blogue iria "ignorar" o Natal, pelo simples facto de, na minha opinião, escrever uma posta a desejar as Boas Festas aos (poucos) leitores deste blogue não fazia sentido (espero ter-lhes desejado tal de uma maneira ou de outra, mas de uma forma mais directa que via uma posta).

Porém, é incontornável mencionar tal época festiva quando é precisamente nesta altura do ano que abundam os concertos de música clássica. E foi precisamente a um destes concertos que tive a felicidade de assistir. A Orquestra Metropolitana de Lisboa presentou-nos com um belíssimo concerto, dividido entre Arcangelo Corelli (Concerto Grosso, Op. 6, n.º 8, Fatto per la notte di natale), e Giacomo Puccini (Missa de Glória), num palco que, apesar de não possuir uma acústica perfeita (facto que se sentia mais na obra de Puccini, onde o efeito de reverbação era notório quando os instrumentos de sopro adquiriam maior preponderância): a Igreja de S. Domingos, em plena Baixa lisboeta.
Para quem não conhece, este templo, construído no séc. XVIII, sofreu um sério incêndio em 1958, que destruiu todo o interior opulento e barroco. Por motivos que desconheço, o restauro foi mínimo, deixando praticamente nuas, numa beleza invulgar, as paredes e colunas outrora resplandecentes de talha dourada. Uma visita imperdível para quem vier a Lisboa!

O local, como já referi, era fantástico, a entrada era livre e o público, apesar de por vezes se esquecer que não se aplaude entre os andamentos da obra, era respeitador (e diga-se, de passagem, na sua maioria, mais velho que eu!).

Por fim, quanto à interpretação da orquestra, não sou suficientemente experiente para avaliar tal, mas posso dizer que gostei, e o concerto foi uma excelente escolha para uma noite de uma semana apinhada de jantares e saídas de Natal!

Agradecimento especial à alucinada que se vê perseguida por um limão azul pela proposta e companhia!

segunda-feira, dezembro 17, 2007

E você, não quer um saquinho plástico também?

Como se sabe, o Governo pensou impor uma taxa de €0,05 sobre os sacos plásticos que todos os dias utilizamos nos supermercados, etc.

A propósito disso, Joana Amaral Dias escreveu uma deliciosa crónica no Público, onde o Sr. José, da mercearia da esquina, faz cara feia quando a cronista recusa mais um saco plástico.

Estamos de tal maneira inundados em sacos plásticos que ignoramos que anualmente são produzidas toneladas de plásticos que usamos uma vez e deitamos fora, como quem deita o caroço de uma peça de fruta. A média de vida de cada saco é de uns efémeros... 12 minutos, ou seja, em toda a sua vida, usamos um saco plásticos 12 minutos. Ora, por muito que este objecto se transforme numa commodity, tal não significa que seja grátis!

É precisamente por ser grátis que desperdiçamos tantos sacos diariamente. E é precisamente também por isso que uma taxa mínima iria reduzir drasticamente o consumo destes sacos.

Veja-se o exemplo do Lidl e do Pingo Doce, onde os clientes já levam sacos de casa. Tudo decorre de forma pacífica. Eu, por minha vez, comprei dois sacos, que me custaram €0,10 cada, e que são trocados gratuitamente assim que se estragarem. Já troquei um, e só lamento esquecer-me deles no carro de vez em quando.

Mesmo assim, tenho um superavit de sacos brutal. Já recuso sacos sempre que necessito, e tenho sempre a sensação que esta recusa, tal e qual como acontece com o merceeiro da crónica de Joana Amaral Dias, causa estranheza.

Não consigo ver uma única razão para não se pagar por um bem; o único motivo seria o facto de nunca termos pago por tal, mas o que está mal, corrige-se. Na Irlanda, em 2002, o Governo impôs uma taxa de €0,12 (!!!), o que fez com que o número de sacos que cada irlandês levasse para casa anualmente descesse de 328 para.... 21 em 2005, e fizeram com que os sacos plásticos, que representavam 5% do total de lixo do país, descessem para 0,22%. Medidas semelhantes estão a ser aplicadas em países como Quénia, Ruanda e Tanzânia.

Porém, no site do Público, ainda há "tugas" (que palavra tão feia, mas condiz com estes seres) que encaram o português no seu pior: acomodado, pedinchão, comodista e que deita a culpa para cima dos outros. Desde pessoas que acham que, ironicamente, também deve ser aplicada uma taxa sobre preservativos (que eu saiba, esses pagam-se, e bem, e se formos a calcular a pegada ecológica de preservativos vs. sacos plásticos... quem comentou isto deve ser MUITO MACHO!), aos que acham que os supermercados deviam ser obrigados a dispensar embalagens (grátis, claro!) ecológicas.

Gostaria de deixar no entanto a opinão de dois super-tugas. Estes sim, representam o que mais triste temos.

Um tuga do Porto revela a sua opinião:

"O xerife de Nottingham já arranjou uma forma de nos ir ao bolso. Quando aparecerá um Robin Hood português para nos salvar desta espécie?"

Ou seja, contra-argumentos = ZERO. Boa! Motivações para esta taxa? Não interessa, temos que pagar, e não pago mais um cêntimo, seja pelo que for!

Já uma tuga da Maia regurgita:

"Realmente só nos falta pagar 'taxas' pelos sacos de plástico dos supermercados! Se isso acontecer, a partir desse dia começo a pôr o lixo, seja ele qual fôr, em qualquer sítio e qualquer lugar [gostei do pleonasmo, revela inspiração poética!]. A separação do lixo em minha casa vai acabar imediatamente e a minha preocupação de levar o lixo aos ecopontos também termina."

Mais uma que não só exprime a sua ira perante um "direito adquirido", ou seja, nadar em sacos plástico! (iupi! Ainda bem que o 25 de Abril nos trouxe alguma coisa boa!)... como também ameaça despejar lixo, em qualquer sítio e qualquer lugar (sic). Era bom é que essa senhora me avisasse quando o fosse fazer: assim verificava que poderia comprar muitos sacos plásticos com o dinheiro que iria pagar em multas por deitar lixo em locais impróprios! Já agora, e para terminar: já pensou em reciclar-se (sim, a si própria!), podia ser que o resultado fosse melhor que o actual!

Só uma pequena questão para este tugas e para todos os que emitem opiniões semelhantes... com a excepção das novas embalagens PET, que pelos vistos são recicláveis e biodegradáveis... quantas centenas de anos demora um saco plástico a decompôr-se? Pensem nisso. Ou então encontrem outra maneira de refrear o consumo compulsivo destes fantásticos adereços do nosso dia a dia.

domingo, dezembro 09, 2007

Ena, tantos!

Toda o macho que é macho já fantasiou em ter uma fêmea (sim, macho para fêmea... o amor não tem nada a ver com esta parte!) que se viesse uma dúzia de vezes seguida e se julgasse o maior amante do mundo.

...mas... e se em vez de uma dúzia de vezes fossem cerca de 200 POR DIA?

Ah pois é! O grande jornal de referência dos trolhas ingleses, de seu nome "News of the World" publicou o relato de uma jovem que é... sensível! Fica aqui um dos muitos linques possíveis.

Conviver com esta mulher deve ter traços de bizarria. Imagino o que é estar muito bem a falar com ela, ela faz uma careta enquanto bebe um copo de água, e perguntamos: "O que foi, engasgaste-te, a água sabe mal?", ao que ela responderia "Não, apenas tive um orgasmo, desculpa!"

Pelos vistos a doença existe mesmo e chama-se Síndrome de Excitação Sexual Persistente, o que causa com que o acontecimento mais banal cause um orgasmo. Muitos dos milhões de leitores deste blogue :-) estarão a gozar com a situação (no pun intended!!!), mas se calhar ter tão pouco trabalho para fazer a mulher atingir um orgasmo também não deve ser fácil.

Enfim... e pensar que há mulheres que não conseguem durante a sua vida toda 1/200 do que esta jovem de 24 anos consegue em 24 horas!

Este linque explica porque é que tanto orgasmo num só dia pode ser... no mínimo, desinteressante, e que não devemos confundir esta situação com a famosa ninfomania.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Can I Play With Madness?

Bonito bonito é a Sony ter escolhido a música que faz o título desta posta para um dos seus anúncios dos novos dispositivos HD!

Escolheram uma das músicas mais vulgares...mas é melhor que as "Just Girls"* , por exemplo!



* - Se não conhecem as Just Girls, não se preocupem. Eu também não conhecia até ontem. E também não estou orgulhoso em conhecer. Para quem ainda está curioso, pode ficar a saber que é mais uma banda feita na fábrica de êxitos (ou deveria dizer fábrica de dinheiro) que são os Morangos com Açúcar.

terça-feira, novembro 27, 2007

Rádio

Nunca vi a rádio como a maior parte das pessoas das minha geração a vêem, ou seja, como algo que serve para ouvir a musiquinha da moda, ou como trend setters de uma geração. Com honrosas excepções, a música que passa na rádio é má, popularucha, e tira à maior parte das pessoas o fardo de pensarem que "pode haver algo mais" para além do que passa na rádio, esquecendo-se do poder das editoras na difusão da sua música. Certas emissoras fazem-me mesmo lembrar autênticas fábricas de "rações" para gado que abre os ouvidos para não morrer de silêncio como uma vaca não morre de fome.

Para mim a rádio acima de tudo é palavra. Como meio de comunicação social. Como meio de transmissão de conhecimento. E como companhia. Sempre foi o meu meio preferido de informação, ganhando sem dúvida à televisão (o meu iAudio X5 tem rádio por algum motivo). A utilização dos podcasts então são mesmo ouro sobre azul: poder ouvir o que queremos, quando queremos é fantástico.

Ao viajar de carro, tenho o meu rádio normalmente sintonizado na TSF. É uma rádio moderna e que informa como não conheço mais nenhuma. Uma rádio suficientemente eclética para considerar um álbum de Mão Morta como álbum da semana, para na semana seguinte decidir-se pelos Ganhões de Castro Verde, ou seja, Cante Alentejano.
Porém, desta vez decidi-me pela Antena 1. Sem desgostar da estação, tem uma aproximação mais conservadora que não me agrada tanto, mas rádio à qual volto de vez em quando.
E em boa hora o fiz esta noite, ao reencontrar o grande Alma Nostra, com Carlos Amaral Dias e Carlos Magno. Tive a sorte de os escutar ao Sábado de manhã em tempos idos, mas depois desapareceu de circulação (pelo menos nesse horário!), pelo que o julguei removido da grelha de programas da Antena 1. Afinal, parece que não! Cá estão eles às Terças-Feiras!

Por mim, não faltarei a um programa. O meu Palm já tem um lembrete: 3as., às 23:10 - "Alma Nostra".

quarta-feira, novembro 21, 2007

Portuguesas ao Volante

Cenário I:

Avenida da Igreja, Lisboa, cerca das 19:45. Estou parado, aguardando boleia, e observo quem passa.
Uma mulher nos seus trinta aproxima-se calmamente do seu Seat Ibiza, estacionado em segunda fila e com os quatro "piscas" ligados, vinda talvez de um dos muitos estabelecimentos comerciais existentes nesta via.
Mete em seguida a chave na ignição. O motor liga-se, e antes de arrancar, liga o telemóvel, iniciando em seguida a sua marcha, conduzindo com uma mão e segurando no telemóvel com outra.

Cenário II:

Numa das ruas das traseiras do Campo Grande, um jipe encontra-se parado em plena faixa de rodagem. Encostada à porta do condutor, uma senhora conversa com a condutora, em amena cavaqueira. A via está, obviamente, bloqueada, pelo que os veículos que sigam nessa direcção têm obviamente que esperar que não haja trânsito em sentido contrário para avançar. Um deles tem o desplante de buzinar para o dito jipe, ao que a Dondoca que se encontrava na conversa do lado de fora responde: "Ah, parece que está com muita pressa!", indignada.

O facto é que era fim de semana. O facto é que nessas ruas o trânsito é diminuto nesses dias.


Comentário:

O que mais me espantou foi a descontracção com que as ditas senhoras cometeram as duas infracções. Acho que tenho uma curiosidade mórbida em querer saber como funciona o cérebro de alguém assim.

Nos dois cenários, o alheamento das condutoras em relação ao mundo que as rodeia é chocante.
No primeiro caso, o detalhe de arrancar com o telemóvel em utilização (sem auricular, como é óbvio!) é brilhante. Podemos também colocar a hipótese da Senhora Dona nem sequer saber que tal é uma infracção com coima até, salvo erro, €600! Pobrezinha! Já agora, devem ser muitos os condutores portugueses que desconhecem: experimentem ficar numa Avenida com algum trânsito durante meia hora e verifiquem a quantidade de condutores ao telemóvel de forma ilegal!

Já no segundo caso, o termo correcto não é alheamento, mas sim egoísmo mesmo. Como era fim de semana e o trânsito era reduzido, só um idiota acharia incorrecto que alguém conversasse alegremente na faixa de rodagem. Porque ao fim de semana não há emergências, claro! Resta também saber o que faria esta condutora se estivesse na posição oposta, ou seja, tivesse a via obstruída por um motivo absolutamente ... egoísta!

E é este o civismo do bom condutor português...

terça-feira, novembro 20, 2007

Quem tem medo de Hugo Chávez?

Pelo que sei, o Presidente da República da Venezuela, Hugo Chávez, vai estar (ou estará) neste momento no nosso país.
Esta notícia abriu basicamente todos os noticiários, pelo que deduzo que a estada desta pessoa, ainda que por umas horas e a título não-oficial, seja do mais importante que se passou por cá.
Interessante é também o facto de vários noticiários referirem que a visita foi combinada antes do incidente entre Chávez e o Rei de Espanha ("Porque no te callas?").

Resta agora saber porquê.... não porque é que Chávez não se cala, mas antes porque é que todas estas circunstâncias são mencionadas. Teremos por ventura medo da fúria espanhola ao receber o dito político?

É inclusive dada atenção a uma centena de pessoas que se encontram concentradas em frente ao Aeroporto de Figo Maduro, quiçá para homenagear tão excelsa personalidade. A manifestação espontânea foi organizada pela Associação de Amizade Portugal-Cuba (esse país bastião da liberdade!), e mais algumas associações amantes da liberdade. Gostei de ver os cartazes de apoio à "Revolução Bolivariana".

O que vale Chávez, na minha opinião? Nada. O que vale Chávez para Sócrates, na minha opinião? Vale petróleo e gás natural.

O resultado é a "amizade natural" entre Portugal e Venezuela. Chávez, na sua faceta tolerante (quem diria!) até refere reconhecer "outros sistemas e vias"...

... desde que estes não sejam, claro, os sistemas e vias dos Estados Unidos ou de qualquer pessoa que fale contra ele.

Famosas frases de Chávez como "O Diabo esteve aqui, ainda cheira a enxofre", referindo-se a George W. Bush, ou chamar "fascista" de forma gratuita a Jose Maria Aznar, inserem-se na lógica de chamar a atenção de uma forma simples, mas eficaz. Normalmente costumo chamar às pessoas que emitem estas frases de palhaços. Isto porque não acredito que o Hugo Chávez seja um idiota desprovido de sentido de oportunidade. Afinal, foi eleito pelo povo venezuelano, e numa clara jogada de democracia, alterou a lei 230 da Constituição, que referia

O mandato do Presidente da República é de 6 anos. O Presidente pode ser reeleito de imediato, por apenas uma vez, por um novo período.

Ora, tal foi substituído por:

O mandato do Presidente da República é de 7 anos. O Presidente pode ser reeleito de imediato por um novo período.

Os leitores estão autorizados a jogar ao "Veja as diferenças" com as duas leis. É assim a liberdade. Qualquer tentativa de prorrogar indefinidamente a permanência no poder é pura coincidência!

Há depois outras medidas que não têm como objectivo cercear a liberdade de expressão, mas foram apenas... coincidências o facto de estarmos a falar de uma estação de TV que na sua maioria se opunha às políticas de Chávez. Coincidências, de facto, pois o Governo vigente na Venezuela defende a liberdade... a sua liberdade! (esquecendo-se que a sua liberdade termina onde começa a liberdade dos outros... mas isso, à boa maneira da esquerda caduca, não existe! O que existe é um movimento revolucionário - a "sua liberdade" - e os reaccionários - os que são contra a "sua liberdade")

Porque consegue ser Chávez ser seguido por tantos pelo mundo fora como um exemplo a seguir?

Em primeiro lugar porque tem atenção dos órgãos de comunicação social. Tem projecção por onde passa e isso é importantíssimo para se dar a conhecer.

Em segundo lugar, e talvez seja este o motivo mais decisivo, porque é contra o domínio vigente. Tal e qual um Pinto da Costa lutador contra a hegemonia lisboeta, Chávez é um lutador contra o imperialismo americano e o defensor da verdadeira liberdade! Deste modo, mais importante do que ser a favor de algo, Chávez é contra algo. Mais importante que mostrar a inovação nas suas políticas, é mais simples criticar as de outrem.

Não reconheço qualquer mérito a Chávez. As pequenas melhorias em algumas áreas contrastam com carências inimagináveis num país que está nos Top 10 dos produtores de petróleo.

Quem sabe se um dia a Venezuela de Chávez não será o Paraíso na Terra (à moda de Chávez, entenda-se!). Será talvez no dia em que não houver "inimigos da Venezuela". Será também no mesmo dia em que a opinião única, o líder único, o partido único, atingirão o seu pico. Hoje em dia dizemos "Todos diferentes, todos iguais". Nesse dia diremos, "Todos iguais, todos iguais". Não haverá nada contra que lutar, e a perfeição atinge-se. Até já pequenos detalhes, como a direcção para a qual o cavalo presente no escudo da Venezuela corre, foram pensados! É assim o omnisciente Arquitecto da Revolução!

E a isto, adjectivem-no de "científico", de "utópico", ou "bolivariano". Para mim, é uma treta.

Como diria o Professor Marcelo em relação ao referendo da Interrupção Voluntária da Gravidez: "Assim não!"

sábado, outubro 27, 2007

Guarda Nacional Republicana - Toda a Verdade

Creio que hoje a Wikipédia é um sítio na internet que dispensa apresentações. Está lá quase tudo, e contem na maior parte das vezes aquele pedacinho de informação que queremos.

...e não é que de vez em quando aparecem revelações surpreendentes? Procurava ontem eu dados sobre a nossa Guarda Nacional Republicana quando....


Cliquem na imagem e vejam as belas Brigadas que existem na GNR. Pelos menos uma delas para mim é mesmo novidade!

sábado, outubro 13, 2007

Futebol, Fátima, Família?

Será necessário que dos 4 canais mais antigos do país (e ainda os únicos para quem não tem TV Cabo), três transmitam ao mesmo tempo directos da inauguração da nova igreja em Fátima?

Haja pachorra... e haja TV Cabo! Quem não pode (ou não quer) ter TVCabo... que se arranje! Ligue o rádio, veja um filme, se não gostar da 2: !

Enfim, continuamos o mesmo Portugalzinho de sempre.

Para não me chamarem anti-clerical, não vou comentar o nível das respostas dos entrevistados em Fátima acerca da nova igreja. Se viram, talvez entendam o que quero dizer. Se não viram... também não perderam nada!

Recordações de infância

"Quantos queres?"


Alguém ainda se lembra o nome deste artefacto? Acho que cheguei a saber fazer... hoje em dia nem sequer sei usar, se calhar!

Agosto amargo

Sim, sei que Agosto de 2007 já é passado, um passado se calhar já distante nos dias que correm e sobretudo se contarmos com o imediatismo da internet.

Porém, para mim, o mês de Agosto de 2007 não será para esquecer. Infelizmente, porque os acontecimentos que me marcam para o mal ficam na memória tão presentes como os que me marcam para o bem.

Agosto significa para grande parte das pessoas uma palavra: férias. Ou porque se é professor e as férias têm que ser nesse mês obrigatoriamente, ou porque se é funcionário de um restaurante (sito fora das zonas turísticas, como é óbvio) e o dono do estabelecimento decide encerrar para férias, ou então porque se é juíz ou deputado, ou porque se é cônjuge de alguém nessa situação... ou por fim porque se "vai com a manada" porque toda a gente vai.

Sempre fugi deste conceito. Junho, Julho e Setembro são também meses com clima suficientemente chamativo para quem se encaixa - como eu - no estereotipo das férias na praia. E por norma o trabalho também abranda, o que significa que o mês de Agosto acaba por passar, pachorrentamente, entre tarefas menores (até porque os próprios projectos, no meu caso, "abrandam" e é raro haver algum acontecimento mais extraordinário que implique um esforço extraordinário).

Mas... e se...
  1. As tarefas menores forem substituídas por fases críticas de projectos importantes
  2. O chefe estiver de férias (já marcadas há muito tempo)
  3. O substituto do chefe para os projectos for eu
  4. Muita gente estiver de férias (ver terceiro parágrafo desta posta)
A conjugação destes três acontecimento significou que o mês de Agosto foi passado sob constante stresse, trabalho num feriado e fim de semana, reuniões constantes e o trabalhinho do costume...

Em seis anos de trabalho, foi a primeira vez que tal me aconteceu. Foi também a primeira vez que todas as circunstâncias já indicadas se conjugaram (deve ser mais ou menos o que essa grande ciência chamada astrologia chama quando "Vénus está na 4ª. casa e Marte está em conjugação com Neptuno"). Mas mesmo assim, acho que para o ano vou arriscar. Ide todos de férias em Agosto. O País que pare... que eu fico de guarda! :-)

domingo, outubro 07, 2007

Será que sou a única pessoa que já se fartou disto?



Será que sou a única pessoa que ainda não deu conta que a TV escorre azeite quando esta pedacinho de imaginação feito bosta é difundido?

Yo, e s bazassem e foÇem kitar tlms p Marte, ó azeiteiros? (entendem assim?)

Apanhar com isto 3x por intervalo no House dá vontade de desligar a televisão!

sábado, outubro 06, 2007

Tiamat em dose dupla parte II

Conforme prometido, cá vai uma pequena segunda amostra de Tiamat, desta vez a incidir no grande "A Deeper Kind of Slumber". A atmosférica onírica aqui é ainda mais elevada, e confesso que as cheerleaders fazem-me uma confusão terrível :-)



Pena também que a melhor música do álbum, na minha opinião ("Phantasma de Luxe") não tenha um clipe de vídeo. Aconselho vivamente a fãs dos Pink Floyd!

sexta-feira, setembro 28, 2007

Gente com demasiado tempo livre

Por favor percam 3 minutos da vossa vida para ver isto:




Há mesmo gente com demasiado tempo livre...

No entanto, fez-me lembrar um grande jogo da minha adolescência: The Incredible Machine

Dá que pensar no tempo que demorou a planear e a fazer...

domingo, agosto 26, 2007

Não está a acontecer onde estás neste momento...

...mas está a acontecer agora... algures.

A mais brilhante campanha de alerta contra a violação dos direitos humanos no mundo.

Encontrei o PDF por acaso entre os meus mails e notei que este jovem holandês já tinha as fotos on-line.



Alguns mestres da publicidade podem dizer que esta abordagem não é nova, mas o impacto para o transeunte é fantástico. Quanto mais não seja para referir que estas situações existem.

sábado, agosto 25, 2007

Failure

Todos os anos recebo umas quantas apresentações de PowerPoint com as ditas "Fotos do Ano". E claro, cada vez é mais difícil sentirmo-nos tocados com estas... Porém, há excepções... das 47 fotos da apresentação, houve uma em especial que me tocou. A única palavra que me lembro mesmo é failure (acho que a própria tradução para a língua de Camões não reflecte a força da foto).


P.S.: Para quem quer ver fotografia a sério (na vertente de foto jornalismo principalmente), aconselho vivamente a exposição da Worl Press Photo que está no Museu da Electricidade, em Lisboa, até dia 9 de Setembro. Mais informações aqui.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Publicidade de Antanho IV

Foto tirada em Monte Gordo, Algarve.

Ainda se lembram?

É bonito ver Portugal representado no mundo...

Business Lounge, Aeroporto de Frankfurt, belo do vinho português!

Se algum de vocês já o provou, era belo se deixassem uma opinião sobre o mesmo!

Publicidade de Antanho III

Resta saber se os CTT sabem que esta tabuleta ainda está na Avenida da Igreja, em plena Lisboa! :-)

Vamos mandar um mensagem telegrafada? :-)

E quem diria....

... que após duas razoáveis semanas no Algarve, o melhor banho de mar do ano seria na Praia das Maçãs? Água fantástica, ondas entre 1 e 2 metros a requerer atenção, temperatura muito razoável... Fantástico.

Para quem (ainda) não conhece a Praia Grande e Praia das Maçãs, fica aqui a recomendação. Já não ia lá há algum tempo, foi bom voltar! Pena mesmo que o estacionamento seja próximo do impossível. Pode-se sempre estacionar em Sintra e apanhar o eléctrico que desce desde Sintra, por Colares, e termina na Praia das Maçãs! :-)

quarta-feira, agosto 08, 2007

Tiamat em dose dupla Parte I

Tive a honra de adquirir recentemente dois álbuns em edição especial dos grandes suecos Tiamat: Wildhoney e A Deeper Kind of Slumber. Ambos em Digipack, com uma encadernação de luxo, uma boa forma de homenagear uns dos mestres do Doom Metal com uma pitadinha atmosférica e um toque de Pink Floyd.

Fica aqui uma primeira amostra do álbum de 1994, "Wildhoney", considerado por alguns como um marco no Goth Metal...

Whatever That Hurts: a música com mais mais resquícios do Death Metal feito anteriormente pela banda sueca. O resto, como se verá, é mesmo outra história...

Quando ouço uma música que me marca, consigo quase sempre associá-la mais ou menos a um cenário onírico, a um sonho.... e o video clip é uma boa tradução para imagem do que imagino nesta música.

Enjoy it. More to come!



terça-feira, julho 31, 2007

I Guerra Mundial

Sou um "aficionado" pela I Guerra Mundial. Por ter sido o primeiro conflito a nível mundial, por ter sido o primeiro conflito dito "moderno". Mas também por ter sido um conflito resultante de um emaranhado de alianças e de uma paz podre. Costuma dizer-se que enquanto na II Guerra Mundial o Mal lutava contra o Bem (i.e., as forças do Eixo contra os Aliados), na I Guerra Mundial ninguém representava o Bem.

Mas passemos à frente mais de quatro anos de guerra de trincheiras, guerra química, tuberculose, piolhos, mortes, o primeiro horror global.

Acabei de ver um documentário sobre uns dias em que a insignificância da vida atingiu o seu pico. Falo dos últimos dias da Grande Guerra (assim era chamada nos livros de História do meu avô, antes ainda de Hitler decidir invadir a Polónia em 1939), em que o final da guerra era óbvio. O Regime do Kaiser estrebuchava, e as negociações da rendição alemã estavam presas por horas. A partir de dia 8 de Novembro de 1918, tal era um facto praticamente consumado.

Porém, os combates continuaram. Às 5 da manhã de 11/11/1918, é finalmente atingido um acordo. O cessar-fogo final deveria entrar em vigor às 11 horas. Os estafetas percorrem grandes distâncias até à linha da frente. Tendo chegado antes da hora de cessar fogo, os oficiais superiores americanos poderiam ter feito o que um ser humano faria, ou seja, organizar as tropas de modo a que se evitassem mais mortes de um lado e de outro. Porém, a falta de ordens directas até às 11 horas fizeram com que se entrasse num frenesim: a artilharia disparava à sorte, como querendo esgotar as munições antes do final da guerra.

Companhias foram mandadas para a frente de batalha como se mais um dia se tratasse.
O General Pershing, o comandante do Corpo Expedicionário Norte-Americano e o único cidadão norte-americano a ter o título de General of the Armies em vida (o outro cidadão foi George Washington), pelos vistos, tinha em vista a glória como objectivo único, assim como a manada de oficiais superiores que comandavam massas de homens como se de mercadorias fossem.

Enquanto nas ruas dos Estados Unidos se celebrava o Armistício, milhares dos seus soldados morriam em ataques, para espanto do Exército derrotado, que se defendeu como pôde.

Como curiosidade, fica o registo do último soldado americano a morrer na Grande Guerra: Henry Gunther, morto às 10:59, correu de baioneta na mão para o fogo das metralhadoras alemãs, que pelos vistos tentaram evitar a sua morte, acabando por abatê-lo (ver linque aqui). Curiosamente, Henry tinha sido despromovido a soldado por ter escrito uma carta onde expunha a crueza da guerra e fazia propaganda contra esta.

Gostaria de incluir uma citação de um oficial de artilharia do Corpo Expedicionário norte-americano nos últimos dias da Guerra:

"[...]Tenho pena de não entrarmos na Alemanha para podermos arrancar as mãos a umas crianças e o escalpes a uns velhos[...]".

Estas foram as palavras de Harry S. Truman, membro do Exército Norte-Americano.
Se não sabem quem foi este ser, podem consultar aqui. Entre os seus maiores feitos encontra-se a autorização de lançamento das bombas atómicas de Hiroshima e Nagasaki.

Segundo vi num documentário, mais de 3000 soldados norte-americanos foram enviados para a morte por motivos fúteis como a glória pessoal ou porque simplesmente havia chuveiros numa aldeia ocupada pelo inimigo.

As consequências desta atitude dos oficiais de alta patente dos EUA foram prontamente abafadas pelos políticos, para quem não se poderia colocar em causa o patriotismo dos generais americanos. Foi esta a resposta do Governo dos EUA a milhares de cartas de familiares de soldados mortos nestes últimos dias, que perguntavam "Porque é que o meu filho morreu? Morreu em nome do uma guerra que já não existia?".

As consequências da Grande Guerra prolongam-se com a assinatura do Tratado de Versalhes. Alguns alemães, veteranos desta Guerra, não suportam o peso de um tratado escrito em termos de humilhação. O resto chama-se III Reich, II Guerra Mundial, e já sabemos o resto... até porque os vencedores é que fazem a história.

Para terminar, fica uma frase de uma das milhares de cartas recebidas pelo governo dos EUA.

"Para o mundo ele era um soldado. Para mim ele era o mundo."

segunda-feira, julho 09, 2007

Publicidade de Antanho I

Para fazer concorrência com um certo bloguista que marginaliza.... :-)

.... será que toda a gente conhece os famosos gelados Gelvi?

Bienvenido a España

Tendo ido para os lados da fronteira com Espanha (neste caso, a fronteira continental mais a Sul), decidi, como qualquer bom português que se preze, ir a Espanha abastecer o meu veículo.


Enfim, os preços normais para um país pobre e sem o poder de compra de Portugal. Coitados, com salários mínimos próximos dos €1000, também não dá para ir a lado nenhum...

Pobrezinhos dos espanhóis... pode ser que um dia nos apanhem...

Já agora, já souberam dos lucros bilionários da GALP?

E já souberam que Portugal foi dos países cuja queda do preço do barril de combustível menos se reflectiu no preço final?

Enfim, cá vamos cantando e rindo!

quinta-feira, junho 14, 2007

Cultura em Serralves

Serralves foi há umas semanas palco de uma iniciativa que só merece louvores: durante 40 horas seguidas, a casa de Serralves albergou variadas iniciativas culturais, desde pintura, dança, música, etc.

Chegámos às 21:30, em dia de jogo (Bélgica - Portugal), o que significou não encontrar o caos no trânsito (entretanto Hélder Postiga mandava uma bomba para dentro da baliza belga!).

Entre uma curta permanência num concerto e uma visualização ao longe de um espectáculo de dança (com flores dançantes?!?!), destaco sem dúvida a exposição de pintura, que tive a felicidade de visualizar e tentar compreender com a ajuda de um guia que nos explicando a intenção do autor da obra, a sua tendência, etc (para uma pessoa insensível e bruta como eu, o guia é como um Redentor que nos leva para o fabuloso mundo da Arte!). Eis umas fotos que testemunham o momento (agradecimento especial a A.M. pelas ditas).




Infelizmente, e por outros compromissos, vimo-nos obrigados a sair prematuramente.
Um espectáculo quase tão bom como os que assistimos foi ver a Avenida da Boavista com uma fila de quilómetros, quilómetros de carros, centenas de pessoas sedentas de cultura (mas também de futebol! Tivessem feito como nós, e sacrificado "a bola"!)!


Por mim, soube-me muito bem, mas soube-me a pouco! Para o ano há mais, espero!

domingo, junho 10, 2007

After all there was another

Enquanto escrevo esta posta, vejo na RTP1 a versão em inglês da conhecida música de Mónica Sintra "Afinal Havia Outra". Fica aqui a primeira versão, mostrada há uns meses atrás:



...e não é que a música até nem parece muito má? E não é que a letra (para quem se deu ao trabalho de tentar traduzir a letra!) até parece muito melhor que grande parte das músicas pop que por aí andam?
Se assim é, por que raio dizemos por vezes tão mal da nossa música?

Ah, já sei, é porque não está em inglês! Porque em inglês podemos dizer tudo!
Isto faz-me lembrar as pessoas que so dizem palavrões em inglês... vejam lá que na língua de Shakespare até as "carvalhadas" ficam bonitas!

Enfim.... quando muito boa gente começar a perceber que anda a ouvir música pimba em inglês e com "batida"....

sexta-feira, junho 08, 2007

Já tinha saudades....

De um bom prato de caracoletas assadas... um luxo! Nada como sair do trabalho e poder ir petiscar qualquer coisa com os colegas!

terça-feira, maio 29, 2007

Feira do Livro 2007

Nunca me considerei uma pessoa consumista, e considero-me até bastante moderado quando em comparação com outros colegas meus, mas a Feira do Livro desgraça-me, faz vir ao de cima o meu lado mais consumista. Nem em gadgets tenho coragem para gastar tanto como em livros.
Desta vez, e por imperativos de tempo (a vitória do meu Sporting na Taça de Portugal a obligé), decidi visitar as duas alas da Feira em 2 alturas diferente. Aquando da primeira visita, consegui ainda ser controlado, e acabei por comprar 3 items apenas num só stand, todos relacionados com uma das minhas bandas preferidas, os Mão Morta. Ei-los:

O meu destaque vai com distinção para o CD "Estilhaços", curiosamente o item sobre o qual mais dúvidas tive... comprar ou não comprar? A minha cedência ao consumismo mostrou ser correcta, e pude deliciar-me com 30 minutos de "Spoken Word" que só pecam por escassos. Só me ocorre este pensamento:

Quero mais, é o rodopio
A lascívia sem fim deste carrossel atroz

...E assim foi, e lá voltei de novo ontem (terça-feira).
Desta vez, fui com dois objecivos específicos: o primeiro era sem dúvida comprar e autografar o último de Lídia Jorge, a quem me ligam ainda laços familiares. Foi de facto agradável ter finalmente conhecido em carne e osso a minha prima escritora. E o segundo era percorrer a segunda ala da Feira. Acabei por ceder mais umas quantas vezes, como se pode ver:


As contas? Ainda não as fiz, mas até tenho medo... é o que dá deixarem-me sozinho na Feira do Livro... :-)

quinta-feira, maio 10, 2007

Memórias de uma viagem

Sempre concordei que a música, para além de sentimentos de momento, nos traz recordações... de cheiros, de pessoas, de lugares... (e pelos vistos não sou o único). Para mim ficam associados de uma forma indelével a alguma recordação.

A música que apresento em seguida é a minha última recordação indelével: 1400 km feitos ao som do álbum onde foi retirada esta música. Uma companhia perfeita. Cenários, pessoas, descobertas...músicas...

...Arriving Somewhere... But Not Here



sexta-feira, maio 04, 2007

Desculpem, estou a incomodar?

Ao chegar ontem do almoço, deparo-me com o portão fechado, a barrar-me a entrada. Como de costumo, aceno ao segurança para mo abrir. Noto porém que os dois seguranças dormem dentro do seu posto de controlo. Após alguns acenos em vão, acabo por bater com o guarda chuva na rede, o que os acorda.

Entro, dirijo-me ao meu local de trabalho. Uma das portas estava fechada, o que me obriga a percorrer um caminho mais longo. A porta dita alternativa está sempre encravada, o que me obriga a abri-la com um grande estrondo, acordando uma funcionária do cliente que dormia, numa mesa a um canto, debruçada sobre uma mesa.

Pedi desculpa, envergonhado por ter interrompido tal momento de descanso, enquanto a dita funcionária se levantava, estremunhada, e saia porta fora.

Pronto, pronto, peço desculpa por ter incomodado às 3 da tarde! Não volta a acontecer.... (porque nunca mais vos espero ver, MUHAHAHAHA!)

5 semanas de solidão

5 semanas...

...e é precisamente no último dia que Fernando Alves me lança aos ouvidos na edição de Sinais de 06 de Março do presente ano uma recordação muito grata.

Estava sentado na geladaria a gozar a minha última guloseima de Singapura quando escuto isto. Apenas isto, sem porquês, sem efemérides. Porque é que me soube bem ouvir? Porque sim.

Escutem... e se vos arrepiar e vos acordar de um torpor qualquer, tanto melhor. Se não vos disser nada, então leiam-no... e compreenderão!




[UPDATE: Só agora dei conta que este foi a posta número 100. Parabéns, sempre À Volta do Mundo!]

quarta-feira, abril 25, 2007

De volta ao normal

Desde que voltei a Singapura que me sentia... estranho... uma sensação de desconforto, como se algo não estivesse normal com a minha vida... algo inexplicável...

...isto até sexta-feira passada.... ia eu almoçar quando me deparo com... isto!

Ah! Assim sim! Já estava sem ver um há quase três semanas!

É bom estar de volta ao normal...

Note-se que o anormal pode ser também chamado ver um grupo de 5 iguais a estes junto à minha residência temporária.... como vi no mês passado.

terça-feira, abril 17, 2007

The Heart Asks Pleasure First



Sem comentários. Apenas ouçam. Pena que a imagem possa distrair....

Mortes em sonho e na vida real...

Sou uma pessoa que tem tendência a recordar-se dos sonhos que tem; quando era mais novo, lembrava-me ainda com mais frequência, o que me levou várias vezes a escrever tais sonhos assim que acordava (nem sei onde andarão esses documentos).

Porém, raramente tenho pesadelos; são quase sempre aventuras, mais ou menos complicadas, mas sem grande consequência. Porém, ontem à noite aconteceu-me algo inédito: sonhar com a minha própria morte. Sonhei que estava a trabalhar com um colega no Afeganistão (!!!), quando chega um camião cheio de homens encapuçados (uns 20, com farda azul - agora que relembro, mais pareciam GOEs), fazem um círculo no pátio da casa e ordenam a todos os que estivessem dentro de casa para sair.

E eu só pensava: "Mas o que raio estou eu aqui a fazer sem protecção, como é que vim aqui parar sem escolta, guarda-costas, etc?".

Felizmente, acordei pouco depois.... e dou com o pior tiroteio num liceu americano: 33 mortos, simplesmente porque alguém decidiu divertir-se, ou exercer a sua vingança em pessoas que nada tinham a ver com o mal que o atirador padecia. Este mesmo cometeu suicídio, disparando sobre a própria cara. Seja como for, seguiu a máxima de Charlton Heston, membro da National Rifle Association, ou seja, a arma foi-lhe tirada "from his cold dead hands".

No estado da Virginia, consegue comprar-se uma arma semi-automática indo a um armeiro e dizendo:

"- Boa tarde, queria comprar uma arma semi-automática"
[...]

Não há verificação de cadastro, nem de licença, nem sequer o nome do comprador fica assentado. Posso ser um criminoso, sofrer de perturbações mentais, etc. Que maravilha!
E é assim nos EUA (ou pelo menos em alguns estados)... viva a liberdade???

Estou de volta à realidade de um duro dia de trabalho, esperemos que menos polvilhado por más notícias...

sexta-feira, abril 13, 2007

Protesto on-line

"À Volta do Mundo" junta-se ao protesto iniciado pelos Devaneios Desintéricos para que a proposta de lei que discrimina homossexuais em diversos empregos não seja aprovada.

Assim sendo, a minha mensagem de email para a embaixada da Polónia já foi enviada.

Fica aqui o conteúdo. Exorto todos os leitores deste blogue a fazerem o mesmo!

"Exmo. Sr Embaixador da Polónia,

Ciente do árduo percurso do Povo do seu país rumo a uma Democracia expurgada de totalitarismos como os que historicamente se abateram sobre a Polónia, é com genuína inquietação que assisto à implementação de medidas governativas tendentes a instaurar um clima de desrespeito pelos mais basilares Direitos Humanos. As soluções propugnadas pelo executivo de Varsóvia, ao terem como consequência o desrespeito pela liberdade de não prossecução de um dado credo, a perseguição de minorias sexuais e modelos familiares atípicos, assim como as sugestões vindas a público de uma proibição total do aborto ou, por outro lado, a apologia da pena de morte feita por alguns membros do Executivo que representa, traduzem uma divergência inaceitável com os valores que assumimos comuns nesta União Europeia.

Ciente que o Povo polaco, como outrora, saberá levantar-se contra a instauração da intolerância e do desrespeito pela dignidade humana, junto de vós lavro o presente protesto."

terça-feira, abril 10, 2007

Viagem de táxi

A maior parte de nós tem ideias pré-concebidas(*) acerca dos taxistas: pessoas com pouca cultura, conversas sempre iguais, ocasionalmente encontramos um que faz uso do vernáculo de uma forma soberba (estamos sempre a aprender!). Mas o que é certo é que essas ideias pré-concebidas tendem a confirmar-se, assim como as excepções que confirmam a regra também.

Em Singapura, a conversa típica com um taxista segue este rumo:

"So, where are you from?"
"Portugal."

"Aaaaah! Figo, Cristiano Ronaldo!"
"Yes, that's right!"

[...]

Mas e se de repente a conversa fosse a seguinte:

"So, where are you from?"
"Portugal"

"Ah! Portugal! I was in Lisbon in 1961!"
....

A partir daqui a conversa continua, desde o Cristo Rei, até uma impressionante demonstração de História:
  • A morte de Fernão de Magalhães nas Filipinas
  • O porquê de um dos nomes alternativos de Taiwan ser "Formosa"
  • As circunstâncias da fundação de Macau
E se esta conversa tivesse acontecido mesmo? Impossível? Não, improvável!
E o improvável também acontece! Dei comigo numa interessante troca de ideias num táxi, com um taxista que já foi membro da marinha mercante de Singapura!

O que dizer de um habitante desta ilha que ensinaria episódios da História de Portugal a 85% da nossa população?

Não tenho palavras!

No meio de tanta excitação, a viagem ia ficando cara! Saio sem pedir o recibo dos S$18 da viagem, mas consigo ainda voltar para trás a tempo! Se bem que por S$18 há conversas e surpresas que valem a pena!

Jantei com um pensamento na cabeça: o que fazia uma pessoa daquelas, com 68 anos de vida e uma experiência acumulada de fazer inveja a muitos (ou a praticamente todos) atrás do volante de um táxi...(*)

sábado, abril 07, 2007

O choro da humanidade

Cascais, 10 de Novembro de 1995.

O agora destruído pavilhão do Dramático de Cascais acolheu nesse dia os grandes Iron Maiden, e ia ser a primeira vez que eu ia presencear(*) uma actuação ao vivo da minha banda de sempre.
A primeira parte ia ser da responsabilidade de uns desconhecidos My Dying Bride, também britânicos. O facto de eu não os conhecer não significava porém que uma parte considerável do público não estivesse ali com o objectivo específico de os ver: o negro das saias, a maquilhagem abundante, e todos os traços góticos assim o indicavam.

Confesso que, ao contrário do meu comparsa de concerto, a banda não me disse nada, e nem me recordo se a actuação foi assim tão boa.

Acabei por decidir dar uma nova chance à banda passado cerca de um ano, quando me emprestaram o CD. Novos horizontes tinham-se aberto na minha paisagem musical (a entrada para a Universidade faz maravilhas, e em 1995 nem 3 meses de U.M. tinha), e a reacção foi outra.

"The Angel and the Dark River" é dos albuns que mais me marcou. O primeiro álbum de Doom Metal, gótico, bleak, hopeless. A primeira faixa, então, "The Cry of Mankind", com a sua guitarra hipnótica e os seus 12 minutos e 14 segundos arrastados, moribundos, são para mim a sublimação de tal estado. Infelizmente o clip que apresento em seguida refere-se apenas a versão curta da música, o que exclui cerca de 6 minutos de um final onírico, apenas com sintetizadores e um coro em fundo, assim como uma introdução mais trabalhada.

You can't expect to see him and survive...

Para ouvir num quarto escuro, sozinho e compenetrado.

Enjoy it!

sexta-feira, abril 06, 2007

...Ainda do Pior Português...

... Segundo uma contribuição, o Pior Português é o escrito pelos alunos das nossas universidades....

Calinadas, continuarás em grandes por muitos anos! Não te preocupes, que menos analfabetos neste país apenas significa há mais pessoas que escrevem mal!

Momento Cultural: Notícia do torto

A cultura é como um novelo, começa-se aqui e acabamos por dar conta que já estamos "acoli".

Sou um ávido leitor de blogues, e graças ao meu rico Mozilla Thunderbird, consigo manter uma certa ordem no que já li e não li.
Decidi hoje ir acabar de ler as postas do defunto blogue do Pior Português de Sempre, e no meio da palhaçada que são nomeações em de pessoas com a profundidade histórica de uma tábua de passar a ferro (nomeações como a Floribella demonstram o insight de certos portugueses... haja pobreza de espírito!), surge a nomeação de um tal de D. Lourenço Fernandes da Cunha. Fico espantado, dado o meu desconhecimento de tal personagem (douta ignorância!), e decido investigar.

Acontece que D. Lourenço Fernandes da Cunha ou melhor, Laurẽci(us) Fernãdiz, é considerado como o autor do primeiro documento na nossa língua, de seu nome Notícia de Torto, onde são relatados os malvados actos de El-Rei D. Sancho I e e por Vasco Mendes, por ordem do mesmo rei. Observem uma fotografia do dito documento, proveniente do Mosteiro Femino de Vairão, e que se crê ser datado de c. 1215.

Mais informação sobre o dito texto pode ser consultada aqui, incluindo uma tradução do dito documento.

Um apaixonado por História como eu não poderia deixar de partilhar convosco esta descoberta!

Mais notícias em Português medieval para breve! Aguardem!

[ACTUALIZAÇÃO: Parece que afinal o mesmo Laurẽcio F(er)nandi já tinha 5 anos antes escrito um documento que referia as mesmas malfeitorias d'El-Rei D. Sancho, de seu nome Mentio de malefactoria. Estive a dar uma vista de olhos e este texto parece-me um latim com palavras de Português pelo meio, mas quem sou eu para julgar Laurẽcio F(er)nandi... muito embora comece a concluir que talvez Laurẽcio fosse um mau escriba de latim, dando origem à Língua Portuguesa, à xemelhanxa dus noxos xovens i as xuas nvas formas de eskrver(*)...]

(*) - Peço desculpa por qualquer erro ortográfico nesta frase, o meu português moderno é fraco...

segunda-feira, abril 02, 2007

生日快樂 [生日快乐] / जन्मदिन मुबारक हो / Selamat hari jadi

....Happy Birthday to me!

(em homenagem às línguas oficiais do país onde me encontro!)

Um dia para não esquecer!
Começar a trabalhar tarde em virtude de ter estado a trabalhar até às 2:30 da manhã de segunda (sim, trabalhando ao Domingo depois de uma viagem de avião de 16h!), e prolongar o dia de aniversário, trabalhando até às 22:45!

Fui felizmente inundado de telefonemas e mensagens de felicitações, o que ajuda, mesmo quando se está a mais de 10.000 km de casa!
... e quando chego à minha morada temporária sou confrontado com esta surpresa!



Felizmente a equipa devoradora conseguiu fazer um trabalho muito razoável!


Parabéns a mim! :)

sábado, fevereiro 17, 2007

Detesto-te, Valentim!

O dia de S. Valentim, normalmente dia de romance (explorado até ao tutano pelo comércio!), serviu para mim para um acontecimento marcante na minha vida: já não chegava um dia de trabalho miserável, e a minha cara metade acabou por descobrir o meu primeiro cabelo branco. Sim, pequeno, muito escondido, mas estava lá... todo branquinho!

E nem cheguei aos 30.....

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

After all, the answer is not 42, but 4 only!


...ou seja... estou de volta ao mundo dos blogues!

Eu sei que a maior parte das pessoas não vão perceber a piada, mas espero que quem a perceba se ria a bom rir! Eu voltarei em breve com assuntos mais mundanos!


quinta-feira, janeiro 04, 2007

Fritadeira Hi-Tech!

Hmmmm!

Será que vale a pena, uma fritadeira com disco? :)

A gerência deste blogue pede desculpa pela pouca assiduidade. Muito para dizer, pouco tempo para o em palavras...

Só para levantar o véu, posso dizer que estive recentemente na Cidade Onde O Vento Sopra... e parto em breve para a Cidade dos Leões!

Mais notícias, só para a semana!