Bonito bonito é a Sony ter escolhido a música que faz o título desta posta para um dos seus anúncios dos novos dispositivos HD!
Escolheram uma das músicas mais vulgares...mas é melhor que as "Just Girls"* , por exemplo!
* - Se não conhecem as Just Girls, não se preocupem. Eu também não conhecia até ontem. E também não estou orgulhoso em conhecer. Para quem ainda está curioso, pode ficar a saber que é mais uma banda feita na fábrica de êxitos (ou deveria dizer fábrica de dinheiro) que são os Morangos com Açúcar.
quinta-feira, novembro 29, 2007
terça-feira, novembro 27, 2007
Rádio
Nunca vi a rádio como a maior parte das pessoas das minha geração a vêem, ou seja, como algo que serve para ouvir a musiquinha da moda, ou como trend setters de uma geração. Com honrosas excepções, a música que passa na rádio é má, popularucha, e tira à maior parte das pessoas o fardo de pensarem que "pode haver algo mais" para além do que passa na rádio, esquecendo-se do poder das editoras na difusão da sua música. Certas emissoras fazem-me mesmo lembrar autênticas fábricas de "rações" para gado que abre os ouvidos para não morrer de silêncio como uma vaca não morre de fome.
Para mim a rádio acima de tudo é palavra. Como meio de comunicação social. Como meio de transmissão de conhecimento. E como companhia. Sempre foi o meu meio preferido de informação, ganhando sem dúvida à televisão (o meu iAudio X5 tem rádio por algum motivo). A utilização dos podcasts então são mesmo ouro sobre azul: poder ouvir o que queremos, quando queremos é fantástico.
Ao viajar de carro, tenho o meu rádio normalmente sintonizado na TSF. É uma rádio moderna e que informa como não conheço mais nenhuma. Uma rádio suficientemente eclética para considerar um álbum de Mão Morta como álbum da semana, para na semana seguinte decidir-se pelos Ganhões de Castro Verde, ou seja, Cante Alentejano.
Porém, desta vez decidi-me pela Antena 1. Sem desgostar da estação, tem uma aproximação mais conservadora que não me agrada tanto, mas rádio à qual volto de vez em quando.
E em boa hora o fiz esta noite, ao reencontrar o grande Alma Nostra, com Carlos Amaral Dias e Carlos Magno. Tive a sorte de os escutar ao Sábado de manhã em tempos idos, mas depois desapareceu de circulação (pelo menos nesse horário!), pelo que o julguei removido da grelha de programas da Antena 1. Afinal, parece que não! Cá estão eles às Terças-Feiras!
Por mim, não faltarei a um programa. O meu Palm já tem um lembrete: 3as., às 23:10 - "Alma Nostra".
Para mim a rádio acima de tudo é palavra. Como meio de comunicação social. Como meio de transmissão de conhecimento. E como companhia. Sempre foi o meu meio preferido de informação, ganhando sem dúvida à televisão (o meu iAudio X5 tem rádio por algum motivo). A utilização dos podcasts então são mesmo ouro sobre azul: poder ouvir o que queremos, quando queremos é fantástico.
Ao viajar de carro, tenho o meu rádio normalmente sintonizado na TSF. É uma rádio moderna e que informa como não conheço mais nenhuma. Uma rádio suficientemente eclética para considerar um álbum de Mão Morta como álbum da semana, para na semana seguinte decidir-se pelos Ganhões de Castro Verde, ou seja, Cante Alentejano.
Porém, desta vez decidi-me pela Antena 1. Sem desgostar da estação, tem uma aproximação mais conservadora que não me agrada tanto, mas rádio à qual volto de vez em quando.
E em boa hora o fiz esta noite, ao reencontrar o grande Alma Nostra, com Carlos Amaral Dias e Carlos Magno. Tive a sorte de os escutar ao Sábado de manhã em tempos idos, mas depois desapareceu de circulação (pelo menos nesse horário!), pelo que o julguei removido da grelha de programas da Antena 1. Afinal, parece que não! Cá estão eles às Terças-Feiras!
Por mim, não faltarei a um programa. O meu Palm já tem um lembrete: 3as., às 23:10 - "Alma Nostra".
quarta-feira, novembro 21, 2007
Portuguesas ao Volante
Cenário I:
Avenida da Igreja, Lisboa, cerca das 19:45. Estou parado, aguardando boleia, e observo quem passa.
Uma mulher nos seus trinta aproxima-se calmamente do seu Seat Ibiza, estacionado em segunda fila e com os quatro "piscas" ligados, vinda talvez de um dos muitos estabelecimentos comerciais existentes nesta via.
Mete em seguida a chave na ignição. O motor liga-se, e antes de arrancar, liga o telemóvel, iniciando em seguida a sua marcha, conduzindo com uma mão e segurando no telemóvel com outra.
Cenário II:
Numa das ruas das traseiras do Campo Grande, um jipe encontra-se parado em plena faixa de rodagem. Encostada à porta do condutor, uma senhora conversa com a condutora, em amena cavaqueira. A via está, obviamente, bloqueada, pelo que os veículos que sigam nessa direcção têm obviamente que esperar que não haja trânsito em sentido contrário para avançar. Um deles tem o desplante de buzinar para o dito jipe, ao que a Dondoca que se encontrava na conversa do lado de fora responde: "Ah, parece que está com muita pressa!", indignada.
O facto é que era fim de semana. O facto é que nessas ruas o trânsito é diminuto nesses dias.
Comentário:
O que mais me espantou foi a descontracção com que as ditas senhoras cometeram as duas infracções. Acho que tenho uma curiosidade mórbida em querer saber como funciona o cérebro de alguém assim.
Nos dois cenários, o alheamento das condutoras em relação ao mundo que as rodeia é chocante.
No primeiro caso, o detalhe de arrancar com o telemóvel em utilização (sem auricular, como é óbvio!) é brilhante. Podemos também colocar a hipótese da Senhora Dona nem sequer saber que tal é uma infracção com coima até, salvo erro, €600! Pobrezinha! Já agora, devem ser muitos os condutores portugueses que desconhecem: experimentem ficar numa Avenida com algum trânsito durante meia hora e verifiquem a quantidade de condutores ao telemóvel de forma ilegal!
Já no segundo caso, o termo correcto não é alheamento, mas sim egoísmo mesmo. Como era fim de semana e o trânsito era reduzido, só um idiota acharia incorrecto que alguém conversasse alegremente na faixa de rodagem. Porque ao fim de semana não há emergências, claro! Resta também saber o que faria esta condutora se estivesse na posição oposta, ou seja, tivesse a via obstruída por um motivo absolutamente ... egoísta!
E é este o civismo do bom condutor português...
Avenida da Igreja, Lisboa, cerca das 19:45. Estou parado, aguardando boleia, e observo quem passa.
Uma mulher nos seus trinta aproxima-se calmamente do seu Seat Ibiza, estacionado em segunda fila e com os quatro "piscas" ligados, vinda talvez de um dos muitos estabelecimentos comerciais existentes nesta via.
Mete em seguida a chave na ignição. O motor liga-se, e antes de arrancar, liga o telemóvel, iniciando em seguida a sua marcha, conduzindo com uma mão e segurando no telemóvel com outra.
Cenário II:
Numa das ruas das traseiras do Campo Grande, um jipe encontra-se parado em plena faixa de rodagem. Encostada à porta do condutor, uma senhora conversa com a condutora, em amena cavaqueira. A via está, obviamente, bloqueada, pelo que os veículos que sigam nessa direcção têm obviamente que esperar que não haja trânsito em sentido contrário para avançar. Um deles tem o desplante de buzinar para o dito jipe, ao que a Dondoca que se encontrava na conversa do lado de fora responde: "Ah, parece que está com muita pressa!", indignada.
O facto é que era fim de semana. O facto é que nessas ruas o trânsito é diminuto nesses dias.
Comentário:
O que mais me espantou foi a descontracção com que as ditas senhoras cometeram as duas infracções. Acho que tenho uma curiosidade mórbida em querer saber como funciona o cérebro de alguém assim.
Nos dois cenários, o alheamento das condutoras em relação ao mundo que as rodeia é chocante.
No primeiro caso, o detalhe de arrancar com o telemóvel em utilização (sem auricular, como é óbvio!) é brilhante. Podemos também colocar a hipótese da Senhora Dona nem sequer saber que tal é uma infracção com coima até, salvo erro, €600! Pobrezinha! Já agora, devem ser muitos os condutores portugueses que desconhecem: experimentem ficar numa Avenida com algum trânsito durante meia hora e verifiquem a quantidade de condutores ao telemóvel de forma ilegal!
Já no segundo caso, o termo correcto não é alheamento, mas sim egoísmo mesmo. Como era fim de semana e o trânsito era reduzido, só um idiota acharia incorrecto que alguém conversasse alegremente na faixa de rodagem. Porque ao fim de semana não há emergências, claro! Resta também saber o que faria esta condutora se estivesse na posição oposta, ou seja, tivesse a via obstruída por um motivo absolutamente ... egoísta!
E é este o civismo do bom condutor português...
terça-feira, novembro 20, 2007
Quem tem medo de Hugo Chávez?
Pelo que sei, o Presidente da República da Venezuela, Hugo Chávez, vai estar (ou estará) neste momento no nosso país.
Esta notícia abriu basicamente todos os noticiários, pelo que deduzo que a estada desta pessoa, ainda que por umas horas e a título não-oficial, seja do mais importante que se passou por cá.
Interessante é também o facto de vários noticiários referirem que a visita foi combinada antes do incidente entre Chávez e o Rei de Espanha ("Porque no te callas?").
Resta agora saber porquê.... não porque é que Chávez não se cala, mas antes porque é que todas estas circunstâncias são mencionadas. Teremos por ventura medo da fúria espanhola ao receber o dito político?
É inclusive dada atenção a uma centena de pessoas que se encontram concentradas em frente ao Aeroporto de Figo Maduro, quiçá para homenagear tão excelsa personalidade. A manifestação espontânea foi organizada pela Associação de Amizade Portugal-Cuba (esse país bastião da liberdade!), e mais algumas associações amantes da liberdade. Gostei de ver os cartazes de apoio à "Revolução Bolivariana".
O que vale Chávez, na minha opinião? Nada. O que vale Chávez para Sócrates, na minha opinião? Vale petróleo e gás natural.
O resultado é a "amizade natural" entre Portugal e Venezuela. Chávez, na sua faceta tolerante (quem diria!) até refere reconhecer "outros sistemas e vias"...
... desde que estes não sejam, claro, os sistemas e vias dos Estados Unidos ou de qualquer pessoa que fale contra ele.
Famosas frases de Chávez como "O Diabo esteve aqui, ainda cheira a enxofre", referindo-se a George W. Bush, ou chamar "fascista" de forma gratuita a Jose Maria Aznar, inserem-se na lógica de chamar a atenção de uma forma simples, mas eficaz. Normalmente costumo chamar às pessoas que emitem estas frases de palhaços. Isto porque não acredito que o Hugo Chávez seja um idiota desprovido de sentido de oportunidade. Afinal, foi eleito pelo povo venezuelano, e numa clara jogada de democracia, alterou a lei 230 da Constituição, que referia
O mandato do Presidente da República é de 6 anos. O Presidente pode ser reeleito de imediato, por apenas uma vez, por um novo período.
Ora, tal foi substituído por:
O mandato do Presidente da República é de 7 anos. O Presidente pode ser reeleito de imediato por um novo período.
Os leitores estão autorizados a jogar ao "Veja as diferenças" com as duas leis. É assim a liberdade. Qualquer tentativa de prorrogar indefinidamente a permanência no poder é pura coincidência!
Há depois outras medidas que não têm como objectivo cercear a liberdade de expressão, mas foram apenas... coincidências o facto de estarmos a falar de uma estação de TV que na sua maioria se opunha às políticas de Chávez. Coincidências, de facto, pois o Governo vigente na Venezuela defende a liberdade... a sua liberdade! (esquecendo-se que a sua liberdade termina onde começa a liberdade dos outros... mas isso, à boa maneira da esquerda caduca, não existe! O que existe é um movimento revolucionário - a "sua liberdade" - e os reaccionários - os que são contra a "sua liberdade")
Porque consegue ser Chávez ser seguido por tantos pelo mundo fora como um exemplo a seguir?
Em primeiro lugar porque tem atenção dos órgãos de comunicação social. Tem projecção por onde passa e isso é importantíssimo para se dar a conhecer.
Em segundo lugar, e talvez seja este o motivo mais decisivo, porque é contra o domínio vigente. Tal e qual um Pinto da Costa lutador contra a hegemonia lisboeta, Chávez é um lutador contra o imperialismo americano e o defensor da verdadeira liberdade! Deste modo, mais importante do que ser a favor de algo, Chávez é contra algo. Mais importante que mostrar a inovação nas suas políticas, é mais simples criticar as de outrem.
Não reconheço qualquer mérito a Chávez. As pequenas melhorias em algumas áreas contrastam com carências inimagináveis num país que está nos Top 10 dos produtores de petróleo.
Quem sabe se um dia a Venezuela de Chávez não será o Paraíso na Terra (à moda de Chávez, entenda-se!). Será talvez no dia em que não houver "inimigos da Venezuela". Será também no mesmo dia em que a opinião única, o líder único, o partido único, atingirão o seu pico. Hoje em dia dizemos "Todos diferentes, todos iguais". Nesse dia diremos, "Todos iguais, todos iguais". Não haverá nada contra que lutar, e a perfeição atinge-se. Até já pequenos detalhes, como a direcção para a qual o cavalo presente no escudo da Venezuela corre, foram pensados! É assim o omnisciente Arquitecto da Revolução!
E a isto, adjectivem-no de "científico", de "utópico", ou "bolivariano". Para mim, é uma treta.
Como diria o Professor Marcelo em relação ao referendo da Interrupção Voluntária da Gravidez: "Assim não!"
Esta notícia abriu basicamente todos os noticiários, pelo que deduzo que a estada desta pessoa, ainda que por umas horas e a título não-oficial, seja do mais importante que se passou por cá.
Interessante é também o facto de vários noticiários referirem que a visita foi combinada antes do incidente entre Chávez e o Rei de Espanha ("Porque no te callas?").
Resta agora saber porquê.... não porque é que Chávez não se cala, mas antes porque é que todas estas circunstâncias são mencionadas. Teremos por ventura medo da fúria espanhola ao receber o dito político?
É inclusive dada atenção a uma centena de pessoas que se encontram concentradas em frente ao Aeroporto de Figo Maduro, quiçá para homenagear tão excelsa personalidade. A manifestação espontânea foi organizada pela Associação de Amizade Portugal-Cuba (esse país bastião da liberdade!), e mais algumas associações amantes da liberdade. Gostei de ver os cartazes de apoio à "Revolução Bolivariana".
O que vale Chávez, na minha opinião? Nada. O que vale Chávez para Sócrates, na minha opinião? Vale petróleo e gás natural.
O resultado é a "amizade natural" entre Portugal e Venezuela. Chávez, na sua faceta tolerante (quem diria!) até refere reconhecer "outros sistemas e vias"...
... desde que estes não sejam, claro, os sistemas e vias dos Estados Unidos ou de qualquer pessoa que fale contra ele.
Famosas frases de Chávez como "O Diabo esteve aqui, ainda cheira a enxofre", referindo-se a George W. Bush, ou chamar "fascista" de forma gratuita a Jose Maria Aznar, inserem-se na lógica de chamar a atenção de uma forma simples, mas eficaz. Normalmente costumo chamar às pessoas que emitem estas frases de palhaços. Isto porque não acredito que o Hugo Chávez seja um idiota desprovido de sentido de oportunidade. Afinal, foi eleito pelo povo venezuelano, e numa clara jogada de democracia, alterou a lei 230 da Constituição, que referia
O mandato do Presidente da República é de 6 anos. O Presidente pode ser reeleito de imediato, por apenas uma vez, por um novo período.
Ora, tal foi substituído por:
O mandato do Presidente da República é de 7 anos. O Presidente pode ser reeleito de imediato por um novo período.
Os leitores estão autorizados a jogar ao "Veja as diferenças" com as duas leis. É assim a liberdade. Qualquer tentativa de prorrogar indefinidamente a permanência no poder é pura coincidência!
Há depois outras medidas que não têm como objectivo cercear a liberdade de expressão, mas foram apenas... coincidências o facto de estarmos a falar de uma estação de TV que na sua maioria se opunha às políticas de Chávez. Coincidências, de facto, pois o Governo vigente na Venezuela defende a liberdade... a sua liberdade! (esquecendo-se que a sua liberdade termina onde começa a liberdade dos outros... mas isso, à boa maneira da esquerda caduca, não existe! O que existe é um movimento revolucionário - a "sua liberdade" - e os reaccionários - os que são contra a "sua liberdade")
Porque consegue ser Chávez ser seguido por tantos pelo mundo fora como um exemplo a seguir?
Em primeiro lugar porque tem atenção dos órgãos de comunicação social. Tem projecção por onde passa e isso é importantíssimo para se dar a conhecer.
Em segundo lugar, e talvez seja este o motivo mais decisivo, porque é contra o domínio vigente. Tal e qual um Pinto da Costa lutador contra a hegemonia lisboeta, Chávez é um lutador contra o imperialismo americano e o defensor da verdadeira liberdade! Deste modo, mais importante do que ser a favor de algo, Chávez é contra algo. Mais importante que mostrar a inovação nas suas políticas, é mais simples criticar as de outrem.
Não reconheço qualquer mérito a Chávez. As pequenas melhorias em algumas áreas contrastam com carências inimagináveis num país que está nos Top 10 dos produtores de petróleo.
Quem sabe se um dia a Venezuela de Chávez não será o Paraíso na Terra (à moda de Chávez, entenda-se!). Será talvez no dia em que não houver "inimigos da Venezuela". Será também no mesmo dia em que a opinião única, o líder único, o partido único, atingirão o seu pico. Hoje em dia dizemos "Todos diferentes, todos iguais". Nesse dia diremos, "Todos iguais, todos iguais". Não haverá nada contra que lutar, e a perfeição atinge-se. Até já pequenos detalhes, como a direcção para a qual o cavalo presente no escudo da Venezuela corre, foram pensados! É assim o omnisciente Arquitecto da Revolução!
E a isto, adjectivem-no de "científico", de "utópico", ou "bolivariano". Para mim, é uma treta.
Como diria o Professor Marcelo em relação ao referendo da Interrupção Voluntária da Gravidez: "Assim não!"
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